O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) anunciou em seu sítio eletrônico que sua bancada na Câmara dos Deputados protocolou na última quarta-feira (11) uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) propondo que órgão investigue a divulgação pelo Twitter oficial da Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto (Secom) dos atos a favor de Jair Bolsonaro e contra o Congresso Nacional.
Segundo informa o Partido, seus deputados solicitaram que o órgão comandado pelo procurador Augusto Aras, escolhido diretamente pelo presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, proceda as apurações contra Jair Bolsonaro e alguns dos seus assessores como Fabio Wajngarten, secretário de Comunicação, e o general Luiz Ramos, ministro da Secretaria de Governo.
A iniciativa se deve ao fato de que, há cerca de duas semanas, o próprio presidente tenha usado seu Whatsapp para convocar o ato que a extrema direita vinha convocando para o próximo dia 15/03, que acaba de ser adiado (a pretexto da epidemia do coronavírus no Brasil) por conta do provável fracasso das manifestações diante do avanço da crise e da perda de apoio do governo. A iniciativa presidencial foi precedida e seguida de ações semelhantes de ministros e secretários e pelo próprio twitter oficial da Secom.
O PSOL e sua bancada mostram preocupação com o que chama de “crise institucional” e critica a campanha da direita em favor do ato bolsonarista pela ditadura, afirmando que a “a divulgação de mensagens de natureza eminentemente antidemocráticas por parte da página oficial da Secom no Twitter causa espanto”, e que a Constituição vem sendo “sistematicamente violada” no governo Bolsonaro.
O que temos aqui é, por um lado, um lado, um embelezamento da crise do regime golpista – transformada em “crise institucional” – e, por outro, um declaração de compromisso do Partido com as instituições da burguesia e do regime golpista, que se mostra disposto a defender.
Mais uma vez, o PSOL, que defendeu a criminosa operação lava jato, que se recusou a mobilizar contra a derrubada pela direita do governo Dilma Rousseff, legitimamente eleito pela população, que teve lideranças se opondo à defesa da liberdade de Lula (dizendo que isso não unificava, como foi o caso do deputado Marcelo Freixo, do RJ) e que não faz absolutamente nada a favor da mobilização pelo Fora Bolsonaro, se lança na farsa da defesa das “instituições” do regime burguês e golpista.
Para o PSOL Bolsonaro e todos os golpistas não devem ser derrubados por meio da mobilização popular, porque atacam e destroem as condições de vida do povo brasileiro, afundam a economia nacional, servem aos interesses de tubarões capitalistas estrangeiros (norte-americanos, principalmente). Da mesma fora como fazem diversas alas da burguesia, como os golpistas do “centrão” (que a esquerda pequena burguesa e muitos psolistas chamam de “progressistas”), o PSOL quer “controlar” Bolsonaro, fazer com que ele “respeite a Constiuição”, “colocá-lo na linha” etc. Também por isso, os psolistas não querem lutar pelo fim imediato do governo Bolsonaro mas defendem a troca dos seus ministros (“impeachment de Weintraub”, por exemplo) e a “apuração ” da PGR, órgão controlado pelos golpistas, que fez parte do golpe e apoia Bolsonaro.
Dessa forma, o PSOL não luta, de fato, contra Bolsonaro, por conta de seu programa reacionário, de fome, miséria e morte dos trabalhadores e demais explorados, mas sim por conta de aspectos superficiais da política criminosa do governo, como é o caso do chamado a um ato contra o congresso.
Uma politica reacionária em toda a sua extensão.