A prefeitura de Porto Seguro, no Extremo Sul da Bahia, autorizou o aumento da passagem de ônibus do município em 8,3% e a tarifa chega a R$ 3,80, em mais um ataque a população e os trabalhadores da cidade.
A empresa que detém a concessão dos serviços, Viação Cidade de Porto Seguro, como todo serviço privatizado de ônibus presta um péssimo serviço para a população, com ônibus conhecidos pela população como ‘sucatões’, que quase nunca cumprem os horários estabelecidos e possuem uma tarifa extremamente cara. Apesar dos péssimos serviços, justificou que o aumento foi baseado na planilha de custos apresentados pela própria empresa. Um verdadeiro golpe!
O Psol da cidade logo no início do ano entrou na justiça para barrar o aumento e fazer demagogia com a população, visando as eleições municipais, pois em nenhum momento tenta mobilizar a população e todos sabem que a justiça não vai resolver o problema se não houver pressão dos trabalhadores. Um bom exemplo foi a privatização das ruas através da Zona Azul, onde a justiça tenta chegar a um acordo com a prefeitura para evitar a mobilização e manter a cobrança da taxa para parar o veículo na rua.
Só a campanha demagógica já seria algo que beira o ridículo e representa um enorme oportunismo eleitoral sem a intenção de resolver o problema do transporte coletivo do município. Mas a campanha está deixando de lado reivindicações históricas da esquerda, como o Passe Livre, e a denúncia da privatização dos transportes.
A campanha com o slogan ‘Sem melhoria no serviço de transporte, não deve ter reajuste da tarifa!’ realizada pelo Psol de Porto Seguro até parece uma campanha da direita que justifica a privatização dos serviços e os preços absurdos caso as empresas de ônibus prestem um excelente serviço a população. É a mesma justificativa do PSDB na privatização das empresas estatais e estradas, onde estradas sem buracos, com atendimento de guincho e telefones no acostamento justificam pagar taxas de pedágios exorbitantes.
É um enorme desserviço realizado pelo Psol na luta contra a privatização do transporte público e pelo passe livre. A denúncia tem que ser feita porque fazem isso visando as eleições apresentando pautas aceitáveis para a direita e ao eleitorado conservador que nunca ou pouco usa o transporte público. E não em mobilizar a população para impedir e reverter o aumento da passagem.
A afirmação é tão evidente que em nenhum momento os militantes do Psol chamou outras organizações que atuam na cidade com pautas conjuntas, como movimento estudantil, sindicatos, movimentos sociais e outros partidos de esquerda para lutar contra o aumento da passagem. Chama a atenção fazer de maneira solitária para confirmar a posição de puro e simples oportunismo eleitoral. Por isso apresentam ações na justiça, pois a imprensa de direita que está ajudando candidatos que brigam pela prefeitura dá espaço para este tipo de ação que não vai dar em nada.
A população que pega ônibus todos os dias para ir ao trabalho sente no bolso o peso das tarifas de ônibus do transporte coletivo, sendo o valor que for cobrado. O transporte coletivo deveria ser público e com tarifa zero e essas deveria ser a campanha contra o aumento da passagem e ser realizada dentro da população pobre e trabalhadora, e não apenas na demagogia da classe média e alta direitista.
É preciso impulsionar estas mobilizações, conferindo a elas um programa e uma política clara sem demagogia eleitoral. Denunciar o aumento, o qual prejudica ainda mais a população mais pobre, que têm uma parte ainda maior de seus ganhos destinada para pagar os valores absurdos das passagens de ônibus.
A reivindicação deve ser de gratuidade dos transportes públicos juntamente com a estatização deste serviço, colocando-o sobre controle dos próprios trabalhadores e da população, e mobilização da população para derrotar o aumento da passagem. Este é o único caminho para acabar com o monopólio das empresas privadas, as quais lucram às custas da precariedade dos serviços e do dinheiro da população. O resto é pura demagogia visando as eleições.
