A prefeitura de Porto Alegre, do prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB-RS), está forçando uma volta às aulas na capital, mesmo sob a não orientação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), e do governo estadual, de mesmo partido.
No entanto, essas duas instâncias se calam descaradamente diante da ofensiva genocida do direitista, contribuindo com a volta arriscada dos estudantes diante dos perigos ainda iminentes da pandemia, tentando tirar o corpo fora, pois a decisão é completamente impopular, atendendo apenas a pressão de empresários do setor privado.
Segundo o divulgado pela Prefeitura, as aulas estão previstas para voltar nesta segunda-feira (5) para os alunos do ensino infantil, do 3º ano do ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A capital se encontra no processo de transição da fase vermelha para a fase laranja e, segundo o planejamento de abertura, o recomendado é esperar mais duas semanas até poder analisar novamente os riscos da pandemia.
É importante destacar que mesmo este planejamento de abertura foi feito de forma completamente irresponsável, pois não espera que os estudantes sejam vacinados na volta, jogando-os aos riscos. Diante ainda desse planejamento criminoso, Marchezan ignora completamente as recomendações. Os jornais da imprensa burguesa continuam divulgando que o índice de contaminação e morte vem caindo drasticamente, no entanto, o País já chega a 145 mil mortes por coronavírus, e crescendo.
Marchezan disputa as eleições municipais de 2020 buscando a reeleição, no entanto, seus índices de rejeição são altíssimos. Mesmo financiando a máquina da imprensa local, pesquisas do Instituto Methodus indicam que 74% da capital reprova seu governo, e que 64% consideram sua gestão péssima ou ruim. Isto é, o prefeito é inimigo do povo e rejeitado pela grande maioria.
A decisão de volta às aulas ainda em 2020 sem ao menos ter vacinado a população são desejos de um setor minúsculo do País, referente aos empresários do setor privado das escolas. Estes setores forçam “negociações” com o poder público que, infestado de golpistas, ignoram os perigos e jogam a população ao risco, cedendo à pressão dos empresários que só pensam em lucrar.
A rejeição da população de Porto Alegre ao governo do PSDB deixa claro que a pressão para a volta das aulas presenciais não parte dos trabalhadores. Estes que, mesmo precisando do apoio das escolas para a segurança de sua prole enquanto ganham o pão, temem os riscos da doença. Os pais sabem dos riscos que correm com as crianças e, com razão, enxergam o ambiente escolar como totalmente propício ao contágio, ainda mais no ambiente de ensino básico, ou até mesmo de educação infantil, onde o controle precisa ser mais rígido.
Mesmo com a rejeição, é preciso que os estudantes secundaristas e os trabalhadores da educação se mobilizem para denunciar largamente essa volta arriscada às aulas, que se parece mais com uma tentativa de genocídio.