Apenas no último ano, o trecho morto do Rio Tietê aumentou em 34%, saltando de 122km para 163km. São as águas classificadas como de qualidade ruim ou péssima. É a conclusão do relatório Observatório do Tietê 2019, divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica esta semana. O monitoramento inclui 73 rios da bacia hidrográfica e abrange 102 municípios.
O Tietê é o rio mais poluído do Brasil e um dos mais poluídos do mundo. Isso acontece em pleno Estado de São Paulo, com o maior PIB do Brasil, graças a política predatória da burguesia e seu partido PSDB, arraigado nos poderes do Estado. Desde sempre, o partido negligenciou as políticas públicas quanto ao zoneamento urbano, o correto uso da terra, os serviços de limpeza pública e saneamento e a preservação das matas ciliares.
O governo informa já ter aplicado mais de R$8 bilhões com a despoluição, mas tudo o que se pode concluir é que tem sido ineficiente. Se é que foram realmente usados para a despoluição. Por causa dessa negligência da administração estadual, mais de um quarto do rio é impróprio para qualquer tipo de uso – consumo, irrigação, pesca, banho, navagação e geração de energia.
As consequências, além de danosas para o ecossistema que depende daquelas águas, também são péssimas para as milhões de habitantes que moram nas proximidades, significando piores condições de saúde, alimentação e qualidade de vida, e um potencial econômico (turismo, navegação, irrigação) desperdiçado.