Como próxima grande atividade da luta contra o golpe, o Comitê Central Nacional do PCO juntamente com os Comitês de Luta Contra o Golpe de todo o Brasil decidiram por convocar a II Conferência Nacional Aberta de Luta contra o Golpe para os dias 14 e 15 de dezembro próximo. A decisão foi tomada diante dos últimos acontecimentos no país, da liberdade de Lula, da luta pelo “Fora, Bolsonaro!”, por novas eleições já, para organizar a luta.
É sob este angulo que deve ser vista essa proposta. Isto é, se trata de reunir o setor mais ativo da militância da luta contra o golpe para discutir uma perspectiva de ação clara. A liberdade do ex-presidente Lula foi uma vitória da mobilização, mas a mobilização deve não só ser mantida, mas ampliada. A tendência presente em toda América Latina é a do acirramento da luta de classes, de confrontos cada vez maiores. A Bolívia, por exemplo, prova isso; o golpe que foi desferido contra o país mostrou o avanço bastante grande da extrema-direita, mas também a resistência do povo trabalhador que já reage ao golpe militar.
A própria liberdade de Lula mostra o acirramento e a tendência enorme da situação que tende a um confronto. Naturalmente, os acontecimentos do Equador, Chile, Bolívia e dos demais países latino americanos influenciam o Brasil.
Isto é, todos os fatos demonstram que a luta deve ser organizada e a proposta de realizar uma Conferência Nacional Aberta toma proporções ainda maiores neste momento. Levar as organizações populares, associações dos movimentos de luta pela terra, por moradia e principalmente os sindicatos e partidos de esquerda para colocar uma perspectiva clara de unificação de todas lutas em uma só. Ou seja, diante de toda a crise do regime político unir todas as reivindicações na luta contra o governo ilegítimo e golpista.
Essa proposta já foi apresentada na realização da 1ª Conferência Aberta Nacional, evento que reuniu aproximadamente mil pessoas em julho de 2018, entre ativistas e militantes de todo o Brasil. A atividade foi um sucesso e serviu para unificar a luta pela candidatura de Lula contra o golpe.
A organização da 2a Conferência será nos moldes da primeira. Será publicado uma ficha de inscrição nacional, para todos os interessados; O local está para ser definido e será cobrado uma taxa pela organização do evento e da publicação de materiais, assim como na primeira vez. Será aberto para todos, militantes da esquerda, ativistas, para todo o povo trabalhador.
É necessário continuar nas ruas, os mutirões aos domingos e quartas-feiras, levar para todo o povo a luta pela derrubada do governo golpista, colocando o problema da convocação de novas eleições gerais já.
O centro da discussão nesta atividade deverá ser a unidade na luta contra o governo ilegítimo de Bolsonaro, fruto da fraude nas eleições. Colocar em questão que somente a mobilização popular poderá derrotar o golpe de Estado.
Todas as demais questões devem estar subordinadas a questão da mobilização popular. Ou seja, todas as reivindicações, a luta pela anulação dos processos contra o ex-presidente Lula, a libertação de todos os presos políticos, a luta contra as reformas do governo golpista, todas reivindicações devem ser fechadas numa luta de todo o povo contra o golpe de Estado. É necessário dizer aos ativistas, a população trabalhadora, movimentos de luta em geral, que abriu-se uma situação onde a ideia de que o golpe será derrotado pela mobilização popular se transformou numa ideia muito concreta, imediata e atual e que é preciso organizar essa proposta como uma questão central.