A onda de protestos não cessa no Líbano. A evolução das manifestações iniciadas após a centelha provocada com a cobrança de impostos em ligações de aplicativos de mensagens, todavia, levou nesta terça-feira (29), à renúncia do de Saad al-Hariri, primeiro ministro do Líbano.
“Vou ao Palácio de Baabda apresentar um pedido de renúncia do governo ao presidente Michel Aoun para cumprir a vontade de muitos libaneses”, disse al-Hariri.
Durante um discurso à nação, o primeiro ministro disse que seu governo chegou a um “beco sem saída”, acrescentando que o país precisa “de uma grande sacudida para combater essa crise”. Vale lembrar que Hariri chegara à renunciar ao cargo em maio de 2017, mas voltara atrás após acordo para cessar crise entre o Irã e a Arábia Saudita.
Neste domingo (27), uma corrente humanitária foi formada por manifestantes no 11º dia de protestos contra as medidas de austeridade do governo libanês. Em meio à convulsão social, a associação bancária libanesa que já mantém os bancos fechados há oito dias úteis seguidos, decidiu manter a postura na segunda-feira (28). Ademais, escolas e diversos setores do comércio também mantiveram as portas fechadas.
Mesmo após o governo anunciar um pacote de reformas de emergência nesta semana, os protestos não reduziram e a revolta popular continua. As medidas, tampouco, foram capazes de destravar 11 bilhões de dólares em doações de países que prometeram ajuda financeira ao Líbano no ano passado. As “doações”, no entanto, foram feitas sob a condição de que o país colocasse em prática uma série de reformas que, segundo os “investidores”, há muito necessárias.