A América Latina inteira está em estado de ebulição, milhões já foram as ruas por todo continente contra as medidas impostas pelos governos ditatoriais ligados ao imperialismo. Em decorrência de toda esta crise, o Chile, assim como todos os outros países, encontra-se em um momento de grande mobilização popular e de revolta contra a ditadura em estágio de desenvolvimento em todos os lugares.
É fácil de perceber o estado de revolta em que o chilenos se encontram quando os principais portais de notícia da grande burguesia não conseguem esconder, mesmo com muita propaganda mentirosa, que a situação está estourando e o povo já não tolera mais os governos direitistas e a entrega ao imperialismo, sobretudo norte-americano de sua economia e nação. Graças a isso, a mobilização no Chile foi capaz de por o país em um estágio de grande perigo à burguesia em que qualquer atividade popular, como o futebol, precisa ser vista com cautela pelos grandes capitalistas, pois reunir um grande número de pessoas em um lugar é dar mais uma chance para o povo exprimir sua revolta.
Sendo assim, a final da Libertadores da América, prevista para ocorrer com final única no Chile poderá ser adiada, devido ao medo em que a burguesia chilena está da situação política do país.
O governo já colocou o exercito na rua e massacrou a população, assassinando jovens e colocando o país em uma ditadura aberta. Porém, o povo não deixa as ruas e intensifica cada vez mais os protestos, a final da Libertadores seria mais um local onde tudo isso seria demonstrado.
Outro ponto a ser salientado é o fato de termos nesse ano a primeira final única da Libertadores, uma cópia do esquema utilizado pelos países imperialistas na Europa com a UEFA Champions League, que nada mais é um ataque ao povo pobre, dificultando milhares de torcedores de ver seu time jogar uma tão esperada final de campeonato, e um pretexto, ainda mais fácil de ser articulado, para jogar em países chaves, como os EUA, finais que só beneficiariam os grandes capitalistas do imperialismo mundial, pondo todo o dinheiro do esporte mais popular do mundo fora dos países atrasados.
Novamente temos algo acontecendo de “grave” em uma final de Libertadores, anteriormente já tivemos o caso da grande final entre os tradicionais River Plate e Boca Juniors sendo feita em Madrid, devido as “más condições” de seguranças existentes na Argentina. Fazendo com que uma competição que leva o nome dos “Libertadores” das Américas justamente nos países que a colonizaram por tanto tempo.
A tendência, devido a pressão dos países imperialistas, é cada vez mais a Libertadores se tornar uma “Colonizadores da América”, com toda a competição sendo ditada pelos interesses do capital estrangeiro e imperial, como foi demonstrado na final em Madrid e novamente aparece como alternativa a grande burguesia.
Devemos impedir a todo custo que o futebol latino-americano seja entregue ao imperialismo, o futebol pertence ao povo, principalmente ao povo pobre. O caso da libertadores está ligado com toda a política em geral, por isso, não devemos criar um isolamento do esporte como a esquerda pequeno-burguesa costuma fazer, e sim, deixar claro que está é mais uma campanha do imperialismo contra os países atrasados e contra o povo pobre.
