Está acontecendo, neste momento, uma enorme mobilização na Irlanda do Norte levantada pelos trabalhadores e líderes sindicais do país. O foco é, principalmente, contra o Reino Unido e sua política em relação ao país. Os tumultos que ocorreram durante o fim de semana da Páscoa na Irlanda do Norte foram relativamente em pequenos, mas seu significado não deve ser minimizado. Durante várias noites, os grupos de jovens militantes jogaram bombas de gasolina e incendiaram carros enquanto lutavam contra a polícia, o que acabou acarretando em dezenas de policiais feridos.
A violência mostra um crescente sentimento de revolta nas bases sindicalistas, à medida que a política do Brexit se desenrola. Embora os principais grupos paramilitares, ao que parece, não tenham participado, também não usaram sua influência para impedir os distúrbios e, em alguns casos, supostamente até os encorajou. De acordo com analistas da segurança pública e policiais, “gangues de criminosos orquestraram alguns dos distúrbios em resposta a uma suposta repressão às suas atividades”. A notícia de que não haverá processos por violação dos regulamentos da COVID durante o funeral de uma figura importante do IRA alimentou ainda mais o ressentimento.
O Ministério Público da Irlanda (PPS – no original) citou o envolvimento da polícia com os organizadores do funeral e a falta de clareza nos regulamentos do coronavírus de Stormont como as razões pelas quais eles não fizeram nada sobre o velório. Os partidos sindicalistas expressaram sua indignação com a decisão. Mas o contexto de descontentamento sindical existe, na verdade, por causa do Brexit e suas consequências econômicas. Não pela primeira vez, a tendência do primeiro-ministro da Inglaterra para resolver estas questões da maior gravidade trouxe o resultado de sempre. Boris Johnson foi que permitiu a política de controle de fronteira entre a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte para fechar seu acordo Brexit com a União Europeia. Tentar convencer as pessoas de que esta foi uma decisão boa é sonhar muito alto, para dizer o mínimo.
Os partidos sindicalistas pedem a revogação da decisão, pois afirmam que ela impõe uma fronteira econômica entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido. Pichações e pôsteres começaram a aparecer junto com as revoltas em partes da Irlanda do Norte em oposição ao protocolo. Há também um elemento de queixas que se acumularam durante o bloqueio prolongado do corona vírus. Para alguns jovens insatisfeitos, o distúrbio pode, em parte, ser uma liberação de frustração ao longo de muitos meses de restrições no país.