Assim como já haviam feito na primeira visita de Donald Trump ao Reino Unido, no ano passado, os britânicos voltaram a levar um boneco gigante do presidente americano em protestos de rua que realizam desde a sua chegada para uma nova visita, na segunda-feira (03).
Centenas de manifestantes protestaram em Londres nessa terça-feira contra Trump, por todas as suas posturas e medidas de extrema-direita, como, por exemplo, no que tange à Grã-Bretanha, ter se posicionado a favor do líder de extrema-direita Nigel Farage e do ex-ministro de Relações Exteriores Boris Johnson.
Por sua vez, a esquerda institucional repudiou a visita de Trump e se recusou a se reunir com ele. O prefeito de Londres, Sadiq Khan (primeiro muçulmano a assumir tal cargo), trocou farpas com o presidente norte-americano, embora, como uma esquerda pequeno-burguesa, suas críticas tenham um caráter mais moral do que de denúncia da política semifascista e imperialista do governo dos EUA. O deputado Jeremy Corbyn, secretário-geral do Partido Trabalhista (o mesmo de Khan), se recusou, junto a outros opositores, a participar de uma cerimônia oficial com Trump.
O líder imperialista se reuniu também com a primeira-ministra britânica, Theresa May, e com a rainha Elizabeth II, para comemorar os 75 anos do desembarque na Normandia e fazer acordos comerciais aproveitando o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit).
EUA e Reino Unido são dois países imperialistas, mas nas últimas décadas, especialmente desde o final da Segunda Guerra Mundial, os britânicos têm se enfraquecido sobremaneira e, ao contrário, os norte-americanos vinham de fortalecendo. Isso fez com que, com a Europa devastada (incluindo a Grã-Bretanha), os EUA ganhassem com a recuperação econômica do continente. Além disso, seguiu-se à guerra o processo de independência de diversas colônias britânicas, o que ajudou no rompimento do poderio britânico. Há décadas o império britânico decadente atua como um auxiliar do domínio norte-americano sobre os países oprimidos, como foi o caso da invasão do Iraque e das atuais ameaças contra o Irã.