Em Santiago, capital do Chile os primeiros protestos do ano de 2020 já demonstraram o alto grau de intensidade que se mantém, mesmo após mais de dois meses nas ruas contra o governo.
A principal referência para isto foi o fogo colocado por manifestantes que incendiou uma igreja que realizava serviços religiosos à polícia chilena, localizada perto da Praça Itália, um dos locais mais famosos das gigantescas manifestações que tomaram conta do país ainda no mês de outubro.
Ardendo em chamas, a igreja não é o único ponto de Santiago que foi queimado pelos manifestantes nos últimos tempos. O templo datado de 1876, estava sob o controle da polícia chilena, a mesma que ficou conhecida pela enorme repressão aos protestos, pela morte de diversos manifestantes e pela censura aos órgãos de imprensa independentes.
Atualmente os números indicam que tenham ocorrido 29 mortes durante os protestos, causados pela ação policial. Contudo, o nível de radicalização política continua forte, e a população chilena entra novamente em confronto direto com os aparelhos de repressão do Estado controlado pela direita.
O incêndio é um claro aviso ao governo que a situação continua pegando fogo no país. O ódio contra a polícia só aumenta após a brutal repressão, e a população permanece nas ruas já nos primeiros dias de 2020, abrindo as portas de um período de grande enfrentamento social que está tomando conta de toda América Latina.
Mesmo após as tentativas de conciliação da esquerda com a direita, a população não aceitou meios termos e decidiu por manter-se ativa pela derrubada de Piñera, que hoje desesperadamente tenta ceder uma série de reformar sociais aos manifestantes, anunciando facilidades para o sistema de saúde, e diminuição dos preços dos remédios.
Além dos 29 mortos, quase 400 pessoas tiveram lesões oculares graves, provocadas pelos disparas da polícia fascista.
Assim como no Brasil, a unica solução para o problema chileno consiste na derrubada do governo direitista, fonte de todos os ataques contra a população. Mesmo que hoje a direita ceda em algo, com o fim das manifestações os ataques voltaram, por isso acertadamente o povo chileno se mantém nas ruas.