O golpe de Estado de 2016 permitiu que a direita impulsionasse uma série de medidas para esfolar os trabalhadores. A CLT foi jogada na lata do lixo, inúmeras privatizações foram feitas, o orçamento público foi congelado por 20 anos etc. Para conseguir aprofundar ainda mais o nível do massacre, a direita colocou na cadeia o maior líder popular do país, o ex-presidente Lula.
Qualquer pessoa que se considere de esquerda ou tenha o mínimo de espírito democrático só tem uma posição a adotar: lutar contra o golpe e pela liberdade de Lula. Contudo, na contramão dessa perspectiva de luta, os candidatos da esquerda pequeno burguesa se comportam como verdadeiros abutres, pois estão pedido à população que esqueça de Lula e se concentre apenas nas eleições. Eleições, no entanto, que serão as mais antidemocráticas desde o fim da ditadura militar.
Em entrevista ao jornal golpista Estado de S. Paulo, a candidata abutre Manuela D’Ávila declarou que, se dependesse dela, as eleições deveriam ignorar completamente o golpe de Estado. Ao invés disso, “Manuelinha da Força” disse que a coisa mais importante do momento seria “discutir uma saída para o Brasil”.
O momento não é para discutir um programa de governo para o país. Afinal, de nada adianta ter um programa de governo sem governo. Dilma Rousseff, que venceu democraticamente as eleições e foi impedida de governar, é um exemplo claro disso.
A única forma de a esquerda conquistar suas reivindicações é através de uma mobilização popular revolucionária contra o golpe. Isto é, uma mobilização que permita aos trabalhadores enfrentar os golpistas e defender, na marra, os seus interesses.