A Rússia foi palco, por trinta e um dias consecutivos, do evento esportivo de maior prestígio e público em todo o planeta. A Copa do Mundo reuniu trinta e duas seleções dos cinco continentes, sendo transmitida para mais de 200 países, com um público expectador estimado em mais de 3 bilhões de pessoas.
Um evento deste porte faz do país organizador uma grande vitrine para o mundo. Uma excelente oportunidade para a propaganda política, ideológica, cultural e social da nação que realiza o grandioso evento. A Rússia explorou de forma muito proveitosa e eficiente esta possibilidade, o que trouxe grandes dividendos para o regime liderado pelo presidente Vladimir Putin, recém eleito, às vésperas da Copa, para um novo mandato.
É sabido também que o imperialismo buscou, por todos os meios e flancos, atacar a Copa do Mundo e seus realizadores, no intuito claro de atingir o regime político russo e sua principal expressão, o presidente Putin. O imperialismo norte-americano e europeu ameaçou diretamente boicotar o evento, se valendo de acusações completamente infundadas ao líder do governo russo.
Não obstante a campanha de desestabilização conduzida pelo imperialismo, a competição mundial acabou sendo um evento bem sucedido, repercutindo de forma muito positiva em todo o mundo. Entretanto, na expectativa de uma oportunidade para atacar o evento e a Rússia, o imperialismo e seus representantes montaram uma verdadeira trincheira, permanecendo atentos a todos os movimentos que pudessem ser explorados para desqualificar a Copa do Mundo, a Rússia e suas lideranças.
Na partida final, realizada no dia 15 de julho, em Moscou, confrontando as seleções da França e da Croácia, foi registrado um pequeno incidente, logo no início do segundo tempo, quando três integrantes da banda punk Pussy Riot, autointitulada “feminista e de oposição” ao governo, invadiu o campo, num protesto contra o presidente Putin, a quem os “músicos” acusam de sufocar as liberdades políticas e individuais no país.
Obviamente que os arautos do imperialismo rapidamente buscaram dar ampla publicidade ao fato, na tentativa de transformar um desprezível incidente em um acontecimento de repercussão ampla, notória e mundial. Ou seja, os mesmos personagens que transformaram o esporte mais popular do mundo numa grande chatice, proibindo e condenando todas as mais legítimas manifestações das torcidas e também dos jogadores; os mesmos personagens que seqüestraram o futebol, alijando-o das grandes massas, confinando os torcedores em “arenas esportivas”; os mesmos personagens que mercantilizaram o futebol, burocratizando-o de forma a confiscar a criatividade e a plasticidade dos gramados; esses mesmos cínicos e hipócritas personagens, que sempre condenaram as invasões de campo como sendo obra de “vândalos e marginais”, buscaram (sem muito sucesso, na verdade), dar ampla publicidade à invasão do estádio Luzhiniki, em Moscou, palco da final. A razão? Muito simples: Os invasores tinham como propósito “protestar” contra o presidente Putin.
Portanto, o cinismo e a hipocrisia dessa gente desclassificada não conhece limites. É preciso um amplo movimento para denunciar as manobras e a manipulação do imperialismo, que busca interferir em todos os aspectos da vida social para defender seus mesquinhos interesses, de um reduzidíssimo punhado de grande magnatas contra a imensa maioria da população.