A eleição não é uma competição para definir que candidato possui as melhores propostas. É uma luta política.
Isso não impede, no entanto, a imprensa burguesa de fazer propaganda do exato oposto. O incêndio do Museu Nacional, no Rio, deu o pretexto para a Folha de S. Paulo, por meio da agência Lupa, lançar a seguinte matéria: “Museu Nacional: só 2 dos 13 programas presidenciais falam em proteção a museus“.
As “propostas”, como todas apresentadas pelos candidatos, são vagas, quando não podiam deixar de ser. Resumem-se a pura demagogia (como a “Cultura livre com Cartão Cultura”, do programa de Alvaro Dias e a “preservação e ampliação de nosso patrimônio artístico-cultural”, de Ciro Gomes.
Quem eles esperam convencer e quem espera ser convencido por essas afirmações vazias de sentido e conteúdo? Todo mundo e ninguém.
Nenhuma linha dos programas apresentados pelos candidatos vai resolver os problemas do mundo real, menos ainda os que foram criados e agravados pelo golpe de Estado de 2016.
A promessa de campanha é parte do folclore nacional. Ninguém acredita e, ao mesmo tempo, todo candidato faz. Nenhum candidato leva a sério, no entanto todos se preocupam com o que vão dizer quando forem cobrados. Falar é grátis.
Há os que não se intimidam. É o caso do governador de SP, Geraldo Alckmin. Na sua campanha “não é na bala que resolve”, o tucano passa por cima de mais de 20 anos da polícia militar mais letal do País com uma tirada que só um marqueteiro poderia bolar. Depois de 23 anos resolvendo na bala, tudo vai mudar. As balas disparadas contra jovens negros na periferia da capital e no interior não vão voltar ao paiol. Os jovens mortos não vão retornar às suas famílias. Quem poderia acreditar no discurso do comandante-mor da polícia mais assassina do País?
Só quem acredita em promessa de candidato.