O Senado Federal leu o Projeto de Lei 1822, o qual institui o chamado “clube empresa” no futebol nacional. A proposta visa transformar os times de futebol em sociedades anônimas, “sem fim lucrativos”. Ou seja, os clubes poderão ser administrados de maneira direta pelos grandes monopólios capitalistas.
O modelo já vigora nos clubes europeus a décadas. Os times são administrados pelas empresas capitalistas, seja do ramo esportivo, das comunicações, de bebidas, da especulação financeira e assim por diante. Essa política é uma consequência direta do neoliberalismo, adotado a partir do final da década de 1970 na Europa, a partir do governo Thatcher na Inglaterra.
A tentativa de passar o controle dos clubes brasileiros para as mãos dos capitalistas e banqueiros já vem de anos atrás. Com o golpe de estado e o avanço da política da direita golpista, a ameaça agora é eminente.
O projeto consiste em um verdadeiro ataque ao futebol como um todo. Os clubes se tornarão de maneira acabada fonte de lucro para um punhado capitalistas, especuladores e banqueiros internacionais. Na prática, é a entrega do futebol nacional, um patrimônio do país, para as mãos dos grandes monopólios internacionais, uma verdadeira política de rapinagem, tal qual fazem com as empresas nacionais e todo o patrimônio do país.
Se de fato os golpistas conseguirem impor este projeto o futebol enquanto esporte popular, da classe trabalhadora, ficará ameaçado. As torcidas organizadas, o maior obstáculo contra o projeto poderão ser extintas, os preços dos ingressos encarecerão cada vez mais, o que resultará na completa exclusão da população pobre dos estádios, como já vem acontecendo nos últimos anos As categorias de base dos clubes se tornarão de maneira definitiva fonte de especulação nas mãos dos banqueiros, o futebol se tornará uma exclusiva fonte de lucro, restrito para os empresários, às custas da exclusão e da repressão contra os torcedores e o povo pobre de um modo geral.
É preciso organizar uma ampla campanha contra a proposta. Mobilizar as torcidas organizadas e a população de um modo geral contra a política de entrega do futebol brasileiro para as mãos dos banqueiros e dos grandes monopólios. Contra a política de clube-empresa, levantar a bandeira de luta por um esporte popular, dirigido pelas organizações populares, os torcedores, jogadores e funcionários.