As eleições municipais de 2020 estão sendo as mais antidemocráticas das últimas décadas, demonstrando a verdadeira ditadura instaurada no país. Além de uma campanha com uma duração menor, várias são as barreiras para as campanhas eleitorais dos partidos, onde até mesmo dez deles foram excluídos das propagandas políticas de rádio e televisão (incluindo o PCO). Aquilo que já era desigual e beneficiava somente os candidatos da grande burguesia e aqueles que possuíam grandes quantias em dinheiro está ainda mais injusto para com os que não têm as mesmas condições ou são partidos menores.
Uma forma mais “democrática” de resolver essa discrepância entre os partidos políticos estaria no uso da internet, mas este tem sido o maior alvo da ditadura que está imposta dentro das eleições deste ano. Após várias restrições quanto à utilização de perfis em redes sociais por partidos e candidatos, visando até mesmo punições impulsionadas pelas polêmicas com as chamadas “fake news”, o Ministério Público Eleitoral (MPE) agora tenta impedir até mesmo que os candidatos apareçam para os eleitores pela internet, ao propor que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) rejeite que os candidatos apareçam em lives nas redes sociais. Essa é mais uma forma de esconder e impedir que candidatos e partidos que não representam os interesses burgueses possam colocar aos eleitores suas políticas e seus projetos para a população diante de uma crise tão violenta a qual estamos vivendo, pois além de saúde, com mais de 120 mil mortos na pandemia até o momento, vivemos também uma crise econômica profunda onde mais da metade da classe trabalhadora encontra-se sem carteira assinada.
Todas as medidas de censura e antidemocráticas das eleições deste ano impedem que debates, análises e que haja uma exposição daquilo que realmente está acontecendo aos eleitores aconteça por aqueles que não representam os interesses burgueses e não são financiados pelo grande capital, e isso é proposital, pois as eleições não passam de um jogo de cartas marcadas, onde a esquerda está cada vez mais minada e sem nenhuma chance de desenvolver grandes resultados eleitorais, e o governo e as grandes instituições estão dominados pela extrema direita e por golpistas da frente ampla que fingem estar a serviço dos direitos dos trabalhadores mas que querem colocar em prática a agenda liberal do governo Bolsonaro, colocando o país em um verdadeiro saldão, onde capitalistas poderão comprar estatais e administrar serviços públicos a preço de banana, tudo isso apoiados pela grande imprensa burguesa e através das eleições fraudulentas. Essas medidas impedem que candidatos populares entrem em contato com o povo e somente aqueles representantes da burguesia e que não são nenhum pouco populares consigam realizar suas campanhas da forma mais ampla possível.
É preciso deixar claro que as eleições municipais não irão resolver os problemas políticos que o Brasil enfrenta, e essa eleição tende a ser mais uma vez fraudulenta e não irá eleger aqueles que representam os interesses dos trabalhadores, os problemas da classe operária só serão resolvidos nas ruas e através da mobilização popular pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, com eleições gerais e justas para com todos os partidos e candidatos.