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Crise do coronavírus

Programa da CUT chama o governo e não o povo, a se mobilizar

A única forma de impor um programa que atenda os interesses dos trabalhadores e das massas populares é através da mobilização e do enfrentamento direto com os golpistas

A confusão política e a inconsistência ideológica que em condições normais de temperatura e pressão já predominam no âmbito da esquerda nacional, vem sendo aprofundada ainda mais por conta dos últimos acontecimentos que tomaram conta do cenário sócio-sanitário e econômico  do mundo, mais especificamente sobre a repercussão na economia global causada pela queda espetacular das bolsas nas principais praças financeiras e, obviamente, pela expansão da epidemia do coronavírus, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificando-a como pandemia mundial.

O vírus está disseminado por todos os continentes, mas tem na Europa neste momento o seu epicentro, onde há não só milhares de casos de contaminação, como confirmação e mortes, muitas mortes. A Itália é neste momento o País mais afetado pela epidemia, que se alastra com enorme velocidade para os demais países, como Espanha, França e Alemanha, para citar apenas os mais importantes. Italianos, franceses e espanhóis estão confinados em suas casas, mas o número de infectados e mortos não para de crescer.

No Brasil, a chegada do vírus pode significar o irromper de uma catástrofe de proporções inimagináveis, dada não só à precariedade do sistema de saúde nacional, que em condições normais já não presta qualquer assistência mínima à população carente que depende dos serviços de saúde do Estado, como o quadro se agravará exponencialmente em função do número de infectados que surgirão pela disseminação do vírus, potencializado pelas desumanas e péssimas condições sócio-sanitárias do País (falta de saneamento básico, desnutrição, condições de higiene precárias, etc).

Na prática, isto quer dizer que estamos na iminência e às vésperas de uma tragédia nacional de grandes proporções, o que exigiria um conjunto de ações e iniciativas que não só deixasse o País em estado de alerta máximo, como preparado para enfrentar a crise que se agiganta e se avizinha. No entanto, o que se vê é o mais completo descaso das autoridades brasileiras, a começar pelo próprio presidente (fraudulento), que descumpriu orientação médica para permanecer em isolamento e compareceu ao ato golpista-fascista no domingo, onde cumprimentou apoiadores de extrema direita.

No terreno da esquerda, o vírus parece ter infectado a consciência, a razão e o bom senso dos dirigentes partidários e sindicais. A CUT e as demais entidades desmarcaram o ato do dia 18, dia de paralisação nacional. A direção da principal e maior organização sindical de massas do País e da América Latina publicou nota exortando as autoridade sanitárias, o Parlamento (deputados e senadores) e o Executivo (presidente da república e ministros de Estado) a adotarem medidas “em defesa da saúde da população e da economia nacional”. No entanto, as medidas anunciadas e encaminhadas pela CUT às “autoridades institucionais” – muitas delas acertadas -, além de insuficientes, não trazem na sua forma de ação, a mobilização dos trabalhadores e da população pobre como método de luta para impor o programa e as medidas que interessam ao contingente populacional mais vulnerável à crise. Não parece ser razoável acreditar que os “poderes da república” (Executivo e Legislativo) e seus representantes irão se colocar ao lado da população, aprovando medidas favoráveis ao povo.

Em substituição às mobilizações e os atos de rua, a CUT recomenda mobilização “nas redes sociais para denunciar os ataques do governo à educação, aos serviços públicos, às estatais”. Sem dúvida, a “luta digital” nas redes é importante, mas em nenhum momento ela pode ser um instrumento que substitua a presença das massas nas ruas, a pressão direta das mobilizações. Um programa para atender as reivindicações populares somente pode ser o resultado da luta e do enfrentamento com os golpistas, com o governo fraudulento de Bolsonaro, com os capitalistas, com a burguesia vampira, com os generais e com o imperialismo. Neste sentido, não há conciliação possível; não há qualquer possibilidade de acordo com os que estão matando a população de fome, destruindo a infraestrutura do Estado, aniquilando a saúde pública, a educação, deixando milhares de cidadãos idosos e indefesos sem as aposentadorias e até mesmo sem o auxílio do bolsa-família.

Desta forma, as medidas emergenciais para mitigar os efeitos da crise econômica e do coronavírus só podem ser o resultado não de um documento entregue às “autoridades institucionais e sanitárias” do País, mas o produto direto da mobilização e da luta social das massas e de milhões de brasileiros que se vêem neste momento ameaçados pela pandemia mundial. Os governos burgueses servem aos capitalistas, aos especuladores, e não ao povo trabalhador. “Fora Bolsonaro” continua sendo a palavra de ordem do momento, mais ainda agora diante da total incapacidade dos golpistas em oferecerem uma saída para a gigantesca crise na qual o País está mergulhado.

 

 

 

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