Não deveria ser surpresa a constatação de que militares existem apenas para cumprir ordens da burguesia. Sua gênese é ligada ao crime e ao extermínio, seja no avanço sobre territórios e na subjugação de outros povos; seja no roubo e no espólio. Isso desde Roma e para muito além de Napoleão.
A história não foi diferente na implantação da usina hidrelétrica de Itaipu, diga-se de passagem; em plena vigência da ditadura militar, iniciada em 64. Verdadeiros pau mandados dos interesses do imperialismo.
Um território inteiro ocupado, há gerações, pela comunidade indígena Guarani foi expropriado com base na mentira e na manipulação de dados na década de 70.
A prova dessas mentiras veio a público, para quem quiser verificar, através de mapas e de registros cartográficos analisados pelo professor Paulo Tavares da UnB.
O documentos mostram como era a presença indígena na área da usina hidrelétrica de Itaipu, do Paraná, bem antes das obras e da inundação do local, no período anterior a década de 1970. Mais precisamente em 1967.
O sigilo dos militares sobre essas imagens, sem dúvida alguma, tenta encobrir seu caráter criminoso por trás dessas desapropriações.
Os mapas confirmam a presença indígena em pleno ano de 1967. São roçados, moradias e ocupação do solo em Oco’y Jakutinga – local onde hoje está Itaipu. As evidências fotográficas são irrefutáveis, afirma Paulo Tavares.
O crime maior é revelado pelas imagens de fotografias divulgadas pela Comissão Nacional da Verdade do Paraná em 2017, que mostram funcionários de Itaipu posando em frente a várias casas Guarani em chamas. Esses servidores trabalhavam para o setor jurídico da Itaipu, que era informalmente conhecido como “diretoria de desapropriações.”
Esses canalhas, genocidas, queimavam casas e roçados Guarani para expulsá-los do território. Imagina-se os crimes piores que devam ter cometido contra essas populações, já que se sentiam tão à vontade e orgulhosos para chegar a ponto posar para fotos tendo seus incêndios criminosos como plano de fundo!
É inominável o nível de barbárie da burguesia e dos militares no trabalho espúrio de roubo e de assassinato contra a população indígena. Mas a conivência da imprensa e das polícias também se faz presente. Sempre bom lembrar que esses são agentes especiais da burguesia fascista e estão entre os piores inimigos da população e da classe operária.