Milhares de jalecos brancos, uniforme que distingue a educação pública, se reunirão em praças e ruas do país em um luto coletivo do qual também participam os professores do setor privado.
A educação está de luto, é a frase que ecoa desde segunda-feira passada pela noite na Argentina, depois de divulgada a triste notícia do acidente das professoras, em um momento quando muito de seus colegas, há nove semanas vinham realizando constantes mobilizações por salários devidos.
Exigimos aos Governos Provincial e Nacional a solução urgente do conflito que se vive em Chubut. Acompanhamos com uma profunda dor as famílias de Cristina Aguilar e Jorgelina Ruiz, apontou ontem em coletiva de imprensa a secretária geral do Ctera, Sonia Alesso, ao convocar o protesto.
Há 15 dias, a Ctera saiu às ruas também em solidariedade aos professores dessa província patagônica, que tinham sido reprimidos por representantes do setor petroleiro que tentavam impedir que se manifestassem.
Pedimos paz e serenidade frente a este grave acontecimento, agregou Alesso, quem convocou todos os professores argentinos a ‘acompanhar este duro momento que estão sofrendo os docentes de Chubut, pendurando nas portas das escolas e salas um laço negro em sinal de luto.
Ao tomar a palavra ontem na coletiva de imprensa, o secretário geral do Sindicato Unificado de trabalhadores da Educação na província de Buenos Aires, Roberto Baradel, considerou que ‘estas mortes poderiam ter sido evitadas. Avisamos, dissemos que o limite é a violência.
É inadmissível que o conflito ainda não se tenha resolvido. O Governador de Chubut é o responsável por pagar em tempo e forma’, disse.
Por sua vez, o secretário geral da Central de Trabalhadores de Argentina, Hugo Yasky, anunciou a adesão desse importante grêmio a esta jornada de hoje e disse esperar que haja diferentes atos, principalmente na capital.
Ontem, o município de Comodoro Rivadavia, de onde eram as vítimas, decretou três dias de luto e tanto na Universidade Nacional da Patagônia como em várias escolas da cidade decidiram a suspensão total de atividades enquanto o Ministério de Educação do Chubut dispôs anunciou feriado em todos os estabelecimentos educativos.
Cristina e Jorgelina, docentes da Escola 738 do bairro San Cayetano de Comodoro Rivadavia, foram recordadas também ontem em sua província de origem com uma grande marcha do silêncio, como a denominaram.