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Professores e alunos em risco

Professores de F. de Santana denunciam risco no retorno às aulas

Crime? Genocídio? Feira de Santana prepara o retorno às aulas presenciais.

Em matéria publicada no último dia 24 de julho o periódico Municípios em  Foco anuncia uma parceria entre a Secretaria de Saúde e a Secretaria de Educação do município de Feira de Santana, na Bahia, para a construção de um protocolo com vistas ao retorno às aulas presenciais na rede municipal. Até que ponto essa narrativa é de preocupação com o ensino público na cidade? Não seria um grande paradoxo pensar em protocolo, sem ainda garantir o auxílio-merenda? Já são 5 meses de pandemia e o que foi feito do repasse da merenda escolar do município continua sem explicação. Onde está o dinheiro? Essa é uma pergunta que remete a uma resposta imediata!

Como trabalhadores da educação estamos convictos que não temos condições de retorno às nossas atividades. A solução não é apenas garantir a elaboração e efetivação de um protocolo de retorno às aulas. As escolas do município estão e estavam sucateadas bem antes da pandemia. Nossos problemas são estruturais, deste modo, vem se arrastando há longos anos. Não temos efetividade na distribuição da merenda escolar e esta sempre se mostrou deficiente de teor nutricional, na infraestrutura temos muitas escolas alugadas e puxadinhos improvisados, os recursos pedagógicos são escassos, enfim, somos expostos à insalubridade. A educação pública já está colapsada, e obrigar professores e estudantes a estarem na escola com pandemia deveria ser considerado um crime contra a humanidade um verdadeiro genocídio. O que diremos quando tivermos que enterrar nossos corpos?

É verdade que nunca nos foram oferecidas condições dignas de trabalho e sempre estamos entre precarização e adoecimento. Pegar Covid é mais uma doença que será cenário da nossa sentença. Como, então, garantir na pandemia uma escola acolhedora e segura para estudantes, professores funcionários e gestores? Não adianta maquiar o estado crítico que se encontram nossas escolas. Nenhum lavatório na entrada da escola, álcool gel, máscaras e outros serviços poderão assegurar que nossos corpos não sejam vítimas da Covid-19. A solução não é criar protocolos sanitários, mas saber que eles não dialogam com a escola nem antes e nem pós- pandemia. A tubulação da pia entupida, a falta de água, as salas alagadas quando chove, a falta de materiais pedagógicos, o professor em adoecimento, as cadeiras quebradas, descargas de banheiros quebradas, transportes escolares superlotados e o prédio com uma mão de tinta ainda serão nossa realidade. A vacina é nossa única solução! Ficar em casa, nesse momento, é o ato político e de sobrevivência de nossos corpos tão maltratados dentro da realidade que é o ensino público brasileiro.

Assim, considerando as condições estruturais das escolas e do transporte escolar o retorno às aulas presenciais antes que a ciência tenha provido a sociedade da imunização para a Covid-19 através de uma vacina eficiente e segura, significaria uma verdadeira catástrofe social.

As escolas se tornariam rapidamente em núcleos de difusão da doença atingindo também os idosos e os mais frágeis que têm convivência com estudantes, funcionários, professores e gestores. É preciso dizer isto em alto e bom tom para que os nossos gestores públicos, ao serem acusados de genocidas, ao serem responsabilizados pela contaminação e morte de estudantes, professores, gestores, funcionários e seus familiares não possam recorrer ao argumento de que não foram avisados.

É preciso deixar claro que a matéria citada não informa uma intenção de retorno às aulas imediatamente, mas ao se perceber a movimentação de duas secretarias no sentido de retorno às aulas é preciso que coloquemos as nossas barbas de molho e é necessário um posicionamento firme da APLB Sindicato no sentido de que não retornaremos às aulas presenciais sem a garantia de uma vacina e de que não estaremos colocando em risco as nossas próprias vidas, as vidas dos nossos estudantes, dos nossos colegas de trabalho e dos nossos familiares em geral. Lutemos pela sobrevivência da escola pública!

 

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