Em comparação com o mês de Fevereiro de 2019, a queda foi de 20,8%, informou a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) nesta 6ª feira (6.mar.2020). Foram 204.197 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus produzidos no mês contra 257.939 produzidos em 2019. Comparados a fevereiro de 2018, também houve queda. Queda menor, mas queda. O produzido no presente ano foi menor em 4,3% em relação a fevereiro de 2018, quando foram produzidos 213,5 mil carros, comerciais leves (picapes e furgões), caminhões e ônibus. Somando os dois primeiros meses de 2020, a produção no bimestre foi de 395.928 unidades. Queda de 13,4%, na comparação com o mesmo período de 2019, quando o setor produziu 457.084 unidades em janeiro e fevereiro.
Exportações em queda no ano
Em fevereiro houve queda nas exportações de veículos. Foram 37.677 unidades vendidas em 02/2020, contra 40.510 no mesmo mês de 2019. No acumulado, o volume está 11,2% menor. “As dificuldades são as mesmas: Argentina, México, Colômbia e Chile estão em queda. Exportação continua sendo um desafio para o setor”, disse Moraes.
Dólar e juros
O presidente da Anfavea vê volatilidade acima do normal no dólar e diz que “alguma coisa precisa ser feita”, pedindo “menos barulho em Brasília”. O executivo também questionou a situação atual dos juros para o consumidor final (CDC), que voltou a subir neste ano. “Não entendo. A Selic está caindo, a inadimplência está sob controle”.
Nervosismo
Disparada do dólar, o desmoronamento nas cotações de bolsas de valores, o coronavírus, e agora a instabilidade provocada pela crise entre o presidente e congresso, afetam a confiança das pessoas para consumir e investir, desabafa Moraes. “Precisamos de um pacto pela estabilidade”, disse. “Precisamos de menos barulho e mais atenção à questão do crescimento econômico”.
Coronavírus ameaça parar a indústria automobilística
Coronavírus, a epidemia que nasceu na China e espalha-se pelo mundo, acaba de também ao Brasil chegar, com duas dezenas de casos, pode afetar as montadoras ao final de março e começo de abril, adverte Luiz Carlos Moraes, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. As importações de peças da China são 13% da totalidade necessárias para a indústria automobilística do Brasil.
A recuperação econômica precisa ser acompanhada de forte produção industrial. Sem isso, a recuperação é uma farsa.