A direita golpista segue colocando em prática os seus planos de ataques à população. A mais recente ofensiva vem do tucano João Doria, governador de São Paulo. De acordo com matéria publicada no sítio Rede Brasil Atual, o governo de Doria planeja inaugurar 4 presídios privados no estado mais rico do país.
Não é uma iniciativa nova. O país tem outras experiências neste sentido. Esta matéria do jornal direitista A Gazeta do Povo dá conta que há atualmente 32 presídios privatizados, distribuídos em 8 estados, tais como Bahia, Minas Gerais, Amazonas e Maranhão. Para os direitistas que defendem esta barbaridade, convém lembrar que foram justamente em penitenciárias privatizadas que ocorreram as sangrentas rebeliões há poucos meses atrás, no Maranhão e no Amazonas.
Não é por acaso que Doria e a direita defendem a privatização dos presídios. Em primeiro lugar, trata-se de um negócio muito lucrativo, afinal, as empresas que administram as penitenciárias privadas recebem vultosas quantias de recursos, que dependem do número de detentos. A matéria da Rede Brasil Atual mostra um pouco dessa gigantesca máquina de dinheiro. Nas penitenciárias de gestão pública, cada detento custa em média R$ 1580,00 mensais. Já na “eficiente” gestão privada, o mesmo detento custa quase três vezes mais, totalizando incríveis R$ 4390,00 mensais! Será que este valor altamente inflacionado será convertido em melhores condições para os presos, ou veremos um enorme enriquecimento destas empresas?
Ainda nessa direção, há uma brecha perigosíssima: a liberação de trabalhos forçados no país. Caso isso venha a ser aprovado, as empresas administradoras de presídios privados terão à sua disposição uma gigantesca mão de obra, forçada a trabalhar sob uma ditadura ferrenha, que são as prisões brasileiras, e com salários baixíssimos. Esta é uma gravíssima ameaça que paira sobre o todo o Brasil: que o país vire uma enorme prisão, com milhões de verdadeiros escravos realizando trabalhos forçados.
Mas além do fato de que as penitenciárias privadas são uma mina de ouro, um outro aspecto fundamental para a direita tem sido sistematicamente destacado por este Diário. Os presídios, as polícias, enfim, todo o aparato repressor do Estado servem em primeiro lugar para aplicar uma política terrorista, que é manter a população operária paralisada de medo. Por isso, nas ruas e nas favelas do país a PM abate os pobres como moscas, ao mesmo tempo em que esta mesma população abarrota os presídios brasileiros, muito além da sua capacidade.
Os 800 mil penitenciários brasileiros, que estão dentro desta gigantesca máquina de moer gente, são em sua esmagadora maioria pessoas que sequer têm documentos, que não foram julgados, e ainda um outro tanto que são presos pelo crime fictício de tráfico de drogas. É comum vermos elementos de classe média, tanto de direita quanto de esquerda, defendendo cadeia para todos os males da sociedade.
Somente pessoas que não tem nenhum contato com a classe operária e os seus dramas podem defender as prisões brasileiras. Afinal, estas prisões são um verdadeiro inferno na terra. Um suplício, onde devido à superlotação os presos são obrigados a fazer rodízio para dormir, onde o clima de repressão é tão grande que faria inveja aos campos de concentração nazistas, as refeições são da pior qualidade, frequentemente estragadas, quer dizer, condições muito degradantes, para dizer o mínimo. Mas, precisamos destacar, mesmo que as condições dos presídios brasileiros fossem equiparáveis às das prisões escandinavas, a verdade é que a restrição da liberdade é uma pena duríssima, que pode esmorecer até mesmo os homens mais fortes de espírito.