O governo de Bolsonaro irá permitir a infiltração e estabelecimento de um monopólio do setor privado sobre o setor do petróleo e gás no país por empresas privadas. É o que revela estudo do Departamento de Engenharia Industrial do Centro Técnico Científico da PUC-Rio.
Segundo os pesquisadores, foram analisadas seis das oito refinarias à venda pela Petrobras:
Refap (RS);
Repar (PR);
Regap (MG);
RLAM (BA);
RNEST (PE);
Reman (AM);
Um dos autores do estudo, o professor Márcio Thomé, pesquisador do Departamento de Engenharia Industrial da PUC-Rio, explica:
“Com exceção da Repar e da RNEST, nas outras refinarias estudadas, a gente entende que, por qualquer dos modais que a gente observa, a possibilidade de estabelecimento de monopólios regionais é elevada.”
Em outras palavras, a liquidação da cadeia produtiva do sistema Petrobras – iniciada desde o golpe de 2016 e aprofundada no governo Bolsonaro – e expressa nas privatizações, leilões, etc, resultará, como tem resultado, numa infiltração de empresas privadas, sobretudo estrangeiras, no mercado brasileiro.
Segundo o estudo, o mercado brasileiro possui hoje “19 refinarias de petróleo, 157 distribuidores de combustíveis líquidos e 40.990 postos, dos quais 17.862 de bandeira branca”. Ou seja, um grande setor a ser tirado totalmente das mãos do Estado para ser explorado pelo mercado.
É preciso denunciar que essa iniciativa vem de pelo menos 2016. Em 2018, o então presidente da Petrobras, Pedro Parente (indicado pelo golpista Temer) prometeu a ‘investidores’ a entrega de quatro refinarias.
Outro detalhe é o que os golpistas colocaram as privatizações no planejamento estratégico da empresa. “A busca de parcerias na área de refino foi aprovada no Planejamento Estratégico da Petrobras e no Plano de Negócios e Gestão (PNG) 2017-2021, reforçada no PNG 2018- 2022, conforme indicado na estratégia de ‘reduzir o risco da Petrobras, agregando valor na atuação em E&P, Refino, Transporte, Logística, Distribuição e Comercialização por meio de parcerias e desinvestimentos’”.
O desmanche de um setor estratégico dos mais relevantes do Brasil é uma política do governo golpista de Bolsonaro para permitir o domínio de empresas imperialistas dentro do País.