O ataque da direita golpista contra a educação, desde o golpe de estado de 2016 contra o governo Dilma Rousseff do PT, revela seus efeitos na principal universidade pública do país, a Universidade de São Paulo, a USP. Um levantamento feito recentemente, divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo, demonstrou que, de 2017 a 2019, 73 docentes pediram exoneração da universidade e 70 pediram afastamento não remunerado.
O motivo das exonerações é a política de devastação do ensino e da pesquisa impostas pelos governos golpistas. Somente no atual governo ilegítimo e fascista de Bolsonaro, a verba retirada da educação já soma mais de 6 bilhões de reais. Em maio do último ano houve o polêmico corte de 30% na verba — cerca de R$ 5,8 bilhões –, que gerou grandes mobilizações pelo país inteiro, e em julho, por meio de um decreto, houve um corte de mais de R$ 348,47 milhões.
Um outro exemplo são os cortes feitos noas agências de pesquisas, como a Capes e o CNPq. A Capes, por exemplo, cortou 11800 bolsas em 2018. Até setembro haviam cerca de 8629 bolsas travadas.
Uma boa parte dos docentes que pediram exoneração da USP, citaram a atual conjuntura política do país, de desmonte do ensino e da pesquisa. Os cortes levaram vários professores a buscarem trabalho em instituições de ensino fora do país.
Este é o caso, por exemplo, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, da USP de São Carlos. Em 2015, o instituto contava com 141 professores, hoje conta com 126. A falta de investimento na área, força os professores a saírem do país em busca de opções melhores de trabalho, é o que afirma o vice-reitor André Ponce de Leon Carvalho.
O sucateamento da educação em todos os seus níveis no país é uma das partes fundamentais do programa da direita golpista de ataque à toda população brasileira. Além dos cortes, é parte integrante deste programa a privatização do ensino, sendo o ensino superior o primeiro a sofrer esta ofensiva. Pode-se citar como exemplo o projeto do Ministério da Educação e de seu ministro analfabeto Abraham Weintraub, “Future-se”. Esta proposta abre caminho para a entrega das universidades do país para o capital privado, o que aprofundará ainda mais o desmonte destas instituições.
Vale destacar também o caráter político do ataque ao ensino superior. Desde o golpe de 2016, as universidades têm-se constituído em um dos principais pólos de mobilização contra a direita no país. Em várias universidades, os estudantes, juntamente com outros setores, colocaram a direita e a extrema-direita para correr quando estas tentaram levantar a cabeça.
Não é por acaso, portanto, dados como estes que apontam a saída de professores.
É preciso impulsionar uma mobilização em todas as universidades do país contra esta política de desmonte e, acima de tudo, contra o golpe de estado e o governo fascista de Jair Bolsonaro. É necessário organizar os comitês de luta em todas as instituições de ensino e mobilizar todos os setores, professores, alunos, funcionários, pela derrubada do governo golpista, pelo Fora Bolsonaro!