Em entrevista concedida ao portal G1, o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, discorreu sobre os seus planos para a empresa. Ele declarou que sua prioridade é vender parte das operações da empresa. Incluídas entre os ativos a serem descartados estão as refinarias para, segundo ele, incentivar a concorrência no mercado de refino. Sua meta para este ano é vender pelo menos uma refinaria. Ele acrescenta que seu foco está na redução de custos e na concentração de esforços no chamado megaleilão do pré-sal (a grosso modo, uma transferência a corporações estrangeiras de áreas de exploração cedidas à Petrobrás pela União em condições supervantajosas). Ele ainda pretende recuperar em três anos o grau de investimento da empresa que foi perdido em 2015 em razão da operação Lava Jato.
Em mais uma demonstração de como as oligarquias brasileiras e seus serviçais se perpetuam nos postos de poder fazendo serviços da mesma natureza, o presidente da petrolífera brasileira é membro da família de Humberto de Alencar Castello Branco, primeiro militar a dirigir o país durante o regime militar inaugurado em 1964. Este era fervoroso adepto da teoria de que o destino do Brasil era ser uma colônia estadunidense e trabalhou incansavelmente para que este objetivo fosse atingido. A gestão de Roberto Castello Branco, há cerca de dois meses no cargo, está administrando o desmonte acelerado e final daquilo que um dia foi o monopólio estatal sobre o petróleo do Brasil.
Em razão da natureza de sua matéria-prima uma empresa petrolífera não pode ser encarada como uma empresa qualquer. As grandes multinacionais do petróleo são empresas gigantescas mais poderosas que governos. Fonte mais importante de energia, o petróleo confere poder infinito aos que o possuem, por causa dele mata-se, guerras são iniciadas e qualquer governo de um país que tenha essa riqueza em seu território precisa defendê-lo com unhas e dentes da cobiça das forças externas que dele tentarem se apossar. Na entrevista o presidente da Petrobrás, a par algumas declarações confusas, deixa claro que ele não tem nenhum plano de mantê-la como empresa estratégica com a função de fomentar o bem-estar do povo brasileiro. Ao contrário, fala dela como se fosse uma coisa incômoda da qual é necessário livrar-se.
A defesa da Petrobrás no seu papel de fomentadora do desenvolvimento do país precisa ocupar um dos papéis centrais na luta contra as forças imperialistas que neste momento estão jogando uma cartada decisiva no seu intento de escravizar o povo brasileiro. É imprescindível ir às ruas mostrar que nós sabemos da importância da Petrobrás para o país e o que o governo golpista está a destruí-la a mando dos seus patrões do exterior.