A agenda neoliberal de Paulo Guedes no ministério da Economia está voltando à cena no governo. Após a apresentação pela casa civil do Plano Pró Brasil, que seria uma versão alternativa do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) realizado nos governos petistas, contrariando as ideias de Guedes, o ministro se reuniu com representantes e secretários de governo (principalmente os da ala militar) para apresentar o seu plano para “salvar” o país da crise: vendê-lo ao capital estrangeiro através das privatizações, ou melhor, do entreguismo.
Segundo o ministro, o Brasil pode atrair cerca de R$ 150 bilhões aos cofres públicos com as vendas de serviços, ações e empresas estatais, entre elas a Eletrobrás e também as ações da Petrobrás. Típico dos interesses sujos do neoliberalismo, as privatizações sempre foram realizadas em governos que representavam esse tipo de política econômica, assim como foi o caso do governo de Fernando Henrique Cardoso, que vendeu a Vale do Rio Doce, além de ter privatizado serviços de telecomunicação e energia elétrica.
Esse tipo de política é sempre colocada como uma salvação para as crises econômicas enfrentadas e também uma forma de aliviar dívidas públicas. Porém, seu verdadeiro papel é apenas de servir ao capital e entregar as riquezas estatais nas mãos dos grandes capitalistas. Na época de FHC, as privatizações foram colocadas como uma forma de diminuir a dívida pública brasileira. No entanto, durante seus dois mandatos, a dívida cresceu de U$ 78 bilhões em 1996 para U$ 242 em 2002.
Novamente o Brasil se encontra em crise, dessa vez em uma crise econômica e de saúde com dimensões globais e de futuro incerto. Bolsas de valores operando em forte queda, barris de petróleo sendo vendidos a preços negativos, países apresentando recordes de desemprego e de cidadãos entrando para a linha da pobreza.
Dentro de todo esse caos econômico e social, o governo quer colocar o país à venda mais uma vez. Os problemas dessa política econômica desastrosa são muitos:
- a perda da soberania nacional, que fica entregue ao capital e às políticas estrangeiras; a desvalorização dessas empresas, já que geralmente elas são vendidas à preços bem menores que o seu valor real;
- as demissões de trabalhadores e a contratação de mão de obra ainda mais barata através das terceirizações, ou seja, a precarização da vida dos trabalhadores brasileiros;
- o aumento de custos para o consumidor, dificultando o acesso daqueles que tem menor renda;
Além disso, nessa atual fase da crise, é impossível prever com exatidão quanto o Brasil poderia arrecadar com as privatizações, já que no cenário de instabilidade econômica, os preços das empresas, imóveis e as ações estatais, poderiam cair e ser vendidos ainda mais baratos, numa falsa ilusão de que se teria “lucro”, pois estaria entrando dinheiro nos cofres públicos.
As negociações para a venda do país e da soberania já começaram. Reuniões com o “centrão” da câmara estão ocorrendo, numa tentativa de aprovação das privatizações, o que não será muito difícil numa câmara que representa apenas a burguesia e não os interesses do povo.
Os trabalhadores precisam se unir e lutar para que o Brasil não seja colocado como mercadoria mais uma vez para o imperialismo. As políticas de privatizações só favorecem os capitalistas e prejudicam de forma irreversível a vida dos trabalhadores, que ficam sujeitos às vontades e ordens de capitalistas estrangeiros.
O povo deve lutar pelo fim do governo neoliberal e pela construção do governo proletário, onde todos os meios de produção sejam estatais e controlados pelos trabalhadores, isso passa necessariamente pelo Fora Bolsonaro e a retirada de todos os golpistas do governo.