Neste sábado (20), quatro pessoas foram detidas na Catalunha na 4ª noite de protestos contra a prisão do rapper espanhol Pablo Hasél. Conforme o porta-voz da polícia, duas pessoas foram detidas em Barcelona e duas na cidade catalã de Girona.
Os manifestantes entraram em confronto com a polícia. Oito policiais ficaram feridos e, de acordo com fontes médicas, seis outras pessoas também. Os enfrentamentos explodiram na noite de terça-feira (16), quando o rapper de 32 anos foi condenado a passar nove meses preso por ter publicado no Twitter conteúdo que foi considerado ofensivo à monarquia e à polícia.
Protestos aconteceram no domingo (21), porém não há registro de confronto. Manifestantes gritavam “liberdade para Pablo Hasél”. Até o momento, cerca de cem pessoas foram detidas pelas forças de repressão.
O regime político imperialista se encontra em crise, por isso tenta calar à força todo tipo de oposição. Formalmente, a Espanha é um país “democrático”. Na verdade, trata-se de uma ditadura de tipo medieval, que submete povos inteiros – galegos, bascos, catalães – pela força militar. A prisão de um rapper pelo conteúdo político de suas músicas é um ato flagrante de censura, cerceamento da liberdade de expressão, o que demonstra o grau de decadência do regime.
A questão do separatismo catalão é um fator de permanente crise no regime político espanhol. Há alguns anos atrás, o Parlamento Catalão proclamou a independência da Espanha. Em seguida, o governo central, sediado em Madrid, enviou tropas para a região e prendeu os líderes separatistas catalães. Circularam nas redes sociais fotos e vídeos da brutal repressão à população no referendo sobre a independência.
A existência da monarquia é um anacronismo, expressão do caráter antidemocrático do regime. O ex-ditador fascista Franco foi quem restaurou a monarquia, que havia sido derrubada pelo movimento revolucionário na década de 1930. A condenação do rapper é uma maneira das forças reacionárias que controlam o regime tentarem se blindar e intimidar os críticos.
As manifestações geraram uma crise na coalizão governamental entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o Podemos. Este último, que se colocava como uma esquerda radical antissistema, terminou por se coligar com um partido de esquerda adaptado ao regime político imperialista, como o PSOE.
Conforme a crise do regime imperialista se acentua, este acentua suas características ditatoriais. Em todo o mundo, os governos buscam implementar políticas de censura e cassação de direitos.