Está em andamento uma operação política para atacar o jornalista Glenn Greenwald devido às denúncias do Intercept Brasil relativas à Lava Jato. Graças às conversas privadas vazadas nas matérias jornalísticas do Intercept, as denúncias de parcialidade da Lava Jato no processo contra Lula ficaram demonstradas de forma irrefutável. Sérgio Moro era o juiz do caso, e hoje está à frente do Ministério da Justiça e com a Polícia Federal sob seu comando. Diante das denúncias do Intercept, a resposta da extrema-direita a partir do governo é a perseguição política e uma operação fraudulenta de perseguição.
Na tarde de terça-feira (23), quatro pessoas foram presas pela PF no interior de São Paulo. Walter Delgatti Neto, Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira foram detidos acusados de invadir celulares de autoridades, como o próprio Sérgio Moro e procuradores e juízes ligados à Lava Jato. Na quarta-feira (24), Walter Delgatti Neto foi apresentado pela imprensa bolsonarista como “líder” dos supostos “hackers”, e já teria “confessado” ter invadido celulares e afirmado que isso estaria relacionado às mensagens divulgadas pelo Intercept.
Não se sabe o que de fato essas quatro pessoas presas pela polícia de Moro fizeram ou não. De qualquer modo, tudo indica que está em andamento um mecanismo semelhante ao da Lava Jato para tentar incriminar o Intercept. É o mesmo método de prender e posteriormente direcionar e extrair “delações” convenientes para os objetivos da direita golpista. É um estado policial que está se formando à imagem e semelhança da Lava Jato, operação golpista que chegou ao governo por meio do golpe.
Prisões políticas estão cada dia mais comuns e frequentes, mostrando que o regime política está cada vez mais antidemocrático e ditatorial. O objetivo da direita é justamente consolidar esse regime autoritário para impor seu programa político neoliberal contra a população por meio da repressão.
Ao mesmo tempo em que o governo se revela mais e mais impopular e contestado, a direita fica mais agressiva e perigosa. Essa situação reforça a necessidade de mobilização nas ruas contra o governo pelos métodos da classe trabalhadora, com greves, piquetes e protestos de rua. Uma política meramente eleitoral e de oposição parlamentar arrisca permitir que esse governo se consolide. E caso isso aconteça, operações como a prisão desses supostos “hackers” mostram a tendência autoritária desse governo e o risco que representa para os trabalhadores e a população brasileira.