Uma das principais dirigentes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) da região Norte do país foi brutalmente assassinada, juntamente com seus familiares e outros dirigentes do mesmo movimento em Tucuruí, no Estado do Pará.
A coordenadora regional do MAB, Dilma Ferreira Silva, seu esposo Claudionor Costa da Silva e outro integrante do MAB, Hilton Lopes, foram assassinados com requintes de crueldade dentro do assentamento Salvador Allende, zona rural de Baião, município de Tucuruí/PA.
O que chama a atenção é a crueldade dos assassinatos. Os três integrantes do MAB foram amarrados, torturados e degolados por facão na noite do dia 21 de março. Dilma era uma das principais lideranças do movimento e luta por reparações e indenizações de mais de 32 mil pessoas atingidas pelo lago da usina de Tucuruí em 1984, no rio Tocantins.
Devido ao destaque de sua luta foi colocada como coordenadora nacional do MAB e até se reuniu com Dilma Roussef e apresentou um relatório sobre os absurdos cometidos pelos militares com a população da região para a implantação da Usina Hidrelétrica de Tucuruí.
O assentamento Salvador Allende, antiga Fazenda Piratininga, tem 12 anos e durante esse tempo possui um histórico de ataques e ameaças de latifundiários, madeireiros e pistoleiros contratados. A comissão pastoral da terra (CPT) afirma em nota que este é o primeiro massacre no campo de 2019.
Apesar dos assassinatos no campo não serem uma novidade no país, o que chama a atenção é a brutalidade e selvageria dos pistoleiros neste caso. Dilma era uma das principais lideranças sem-terra na região e muito conhecida nacionalmente, o que mostra que os latifundiários estão cada vez mais ousados e cometem crimes abertamente contra lideranças conhecidas e de maneira muito cruel.
Este crime é fruto da política fascista de Bolsonaro para os movimentos sociais de luta pela terra. A extrema direita está fortalecida e acolhida pelo governo para cometer as maiores barbaridades contra os trabalhadores do campo.
É preciso colocar esses crimes na conta do governo Bolsonaro e em seus ministros fascistas que estimulam e acobertam, quando não atuam diretamente, no massacre contra a população trabalhadora do campo. Está na ordem do dia a palavra de ordem pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas e pela imediata formação de comitês de autodefesa dos trabalhadores do campo para se defenderem dos ataques dos latifundiários e da extrema direita fascista.