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Revela-se a dimensão da crise

Primárias nos EUA: Eleição interna se torna guerra

As prévias do partido Democrata dos EUA revelam uma verdadeira guerra para impedir que Sanders seja seu candidato. A crise do capital não pode ser contida, o povo sabe e sofre.

O candidato democrata Bernie Sanders, como demonstram as pesquisas, tem se mantido à frente dos candidatos mainstream e alternativo do Partido Democrata dos Estados Unidos. Lembrando que Sanders, autodeclarado socialista, tem o apoio do DAS (Democratic Socialists of America), e é acusado sistematicamente pela imprensa de ser radical e de ter propostas irrealistas.

No entanto, essa liderança do ‘socialista’ Sanders tornou claro, mais uma vez, que os Democratas não são nem democratas, nem progressistas. As prévias do partido[1], que definem a quantidade de delegados para a escolha do candidato democrata à próxima eleição presidencial, escancararam o apoio dos donos do dinheiro, de militares,  ex-agentes da CIA, diretores do Banco Mundial, empresas de segurança, de mercenários, grandes empresas, a candidatos a candidato.

Sanders tem sido atacado por Hillary Clinton, que tem seu círculo de influencia dentro do partido, diretamente. Mas o ataque também vem escondido, na pena de editoriais e matérias em praticamente todos os jornais do país norte-americano.

Nas prévia na cidade de Iowa, que deu o pontapé oficial para a corrida eleitoral do partido, há dúvidas sobre a lisura do processo, devido a falhas no aplicativo utilizado para contabilizar votos e na demora em conseguir fechar a apuração. Não se sabe quem venceu a primeira batalha enquanto os candidatos seguem para New Hampshire para o segundo round das prévias.

Em Iowa, o atual prefeito da cidade, e quase desconhecido, Pete Buttigieg,  é apontado como possível vencedor da prévia de Iowa, em termos percentuais, mas também sobre ele recaem suspeitas de possível manipulação pois teria financiado o desenvolvimento do aplicativo utilizado pelo partido na cidade para receber e contabilizar os votos.

Dessa forma, a liderança de Bernie Sanders parece se consolidar e, por esse motivo, o partido admitiu que o bilionário Mike Bloomberg corresse por fora e se autofinanciasse, conturbando ainda mais a corrida.

Tudo isso indica que a polarização política nos Estados Unidos se intensifica, comprovando ser essa uma tendência global, inclusive nos países centrais do imperialismo, apontando para uma tomada de consciência e um desejo de mudança das políticas sustentadas até o momento, contra os trabalhadores e os pobres em geral, pelos liberais, pelo capitalismo.

Assim como tem acontecido no Brasil, nos Estados Unidos, há um esforço para marcar as alternativas progressistas como radicais, extremadas, irrealistas, perigosas para o país, motivo pelo qual seria importante vencer Trump com uma política mais ‘equilibrada’, moderada, de centro. Não importa se isso implica manter as políticas de guerra, dominação de outros países.

A imprensa, atendendo seus financiadores bilionários, procuram nesse momento minimizar a importância do fenômeno Bernie Sanders (e, portanto, do desejo dos norte-americanos de avançar em pautas até então impensáveis) e esconder a crise que a polarização apenas corporifica, a de falência do capitalismo. Os cidadãos não acreditam mais nas políticas de austeridade, do trabalho desregulamentado, da exploração protegida, que produzem e sustentam a desigualdade, a miséria crescente, a fome, a falta de acesso à saúde, à moradia e à educação.

Essas prévias do Partido Democrata dos EUA são importantes para revelar como atuam os representantes dos donos do poder mundial, da indústria bélica, dos organismos internacionais – criados para endividar o resto do mundo, manter o endividamento impagável e assim submeter governos mundo afora. Eles estão ali para garantir que nada mude. Podem não querer mais Donald Trump, mas sabem muito bem o que querem e não hesitarão um segundo para fazer prevalecer seu desejo.

No entanto, a crise também é real, Bernie Sanders é real, os seus apoiadores são reais e estão mobilizados. Esse é o terror de que tanto assusta os capitalistas.

 


NOTA:

[1] Como acontece na eleição geral, as prévias servem para escolher os representantes dos partidos (delegados) que comporão   um ‘colégio’ eleitoral. Esses delegados são escolhidos pela população, sempre no primeiro semestre do ano eleitoral.
Os delegados escolhidos participarão da convenção partidária, realizada no meio do ano.

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