A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), organização econômica intergovernamental com 36 países membros, fundada em 1961 para estimular o progresso econômico e o comércio mundial, projetou que a economia global pode se recuperar com um crescimento de 3,3% em 2021, assumindo que a epidemia atinja o pico na China no primeiro trimestre deste ano e outros surtos sejam contido.
A economia global deve crescer apenas 2,4% este ano, o nível mais baixo desde 2009 e ante expectativa de 2,9% em novembro, disse a OCDE em uma atualização de suas perspectivas. Entretanto, se o vírus se espalhar pela Ásia, Europa e América do Norte, o crescimento global pode cair para 1,5% este ano, alertou ela.
A organização pediu a governos e bancos centrais que lutem para evitar uma queda ainda mais profunda.
“A principal mensagem para esse cenário de recuo é de que ele colocará muitos países em recessão, motivo pelo qual pedimos que medidas urgentes sejam adotadas nas áreas afetadas o mais rápido possível”, disse à Reuters a economista-chefe da OCDE, Laurence Boone.
Ela disse que os governos precisam dar suporte aos sistemas de saúde com pagamentos extras ou benefícios fiscais para trabalhadores que fazem horas extras e esquemas de trabalho para empresas que enfrentam recuo na demanda.
Por oportuno, e para melhor entendermos a situação, não se pode deixar de lado o contraste criado entre a análise conjuntural da política econômica nacional, principalmente, que a mídia burguesa vinha divulgando, e que noticiava um aquecimento da economia e uma reação à crise depois de implementadas todas as reformas, com o declínio agora em evidência, colocado como consequência da epidemia do coronavírus.
Este contraste, na realidade, revela que a imprensa burguesa tentava abafar a crise com notícias falsas, e que, com a epidemia, o que já era ruim tende a piorar, e a burguesia já não vai mais poder esconder.
De fato, o aprofundamento já era uma tendência apontada por força do desdobramento de várias outras situações políticas tais como: o conflito dos Estados Unidos com Irã, também com a China; a situação de crise e conflito na Síria, são alguns exemplos disso. O que ninguém contava que pudesse aparecer como impulsionador desse aprofundamento da desbarrancada econômica e aconteceu foi justamente a epidemia do coronavírus e que caminha para uma pandemia.
Como consequência da epidemia, em todo lugar, o fenômeno mais comum é a paralisação da economia. E o mesmo está acontecendo no Brasil. Por conseguinte, há prejuízo na exportação de commodities, que é o forte por aqui, tornando desinteressante ao investidor estrangeiro ficar no Brasil, em função do que, ele conclui em levar o dinheiro dele para outro lugar que lhe traga prejuízo. O resultado disso é a fuga de capital. Como de regra é o dólar que o estrangeiro trás, quando ele converte em reais e tem prejuízo, do ponto de vista dele o mais acertado a fazer e converter em dólar de volta. A fuga faz com que a demanda por dólar aumente, e com isso ele sobe, e subindo há uma inflação Por aí já se vê a crise piorando.
Mas a grande conclusão que se deve tirar, além do fato de que, com o sucateamento promovido pelo golpe de Estado de 16 e que envolve Temer e Bolsonaro, o Brasil corre o risco de ter grandes dificuldades de enfrentar a epidemia. Além disso, e o que é mais importante dizer, é que o golpe, que planejava com a retirada do PT buscar as condições favoráveis para lidar com a crise, segundo os indicadores econômicos que revelam que 2019 obteve pior resultado do que 2018, revelam que ele, o golpe, não conseguiu o que pretendia e acabou fracassando. E é certo afirmar, que todo sacrifício pago pelo povo, e é claro que não poderia ser outra solução vinda de capitalistas neoliberais, pois é sempre o povo que paga a conta se depender deles, tudo que o povo perdeu com a reforma trabalhista, reforma previdenciária, e todos os cortes de programas públicos e sociais, como o bolsa-família (uma tentativa de lidar com a miséria e que não foi superada) foram todos em vão e de nada adiantaram, há não ser para enriquecer uns poucos prestigiados, nada parou a crise.
Se juntarmos a isso o fato de que a dívida pública, as dificuldades dos Estados pagarem o funcionalismo público e suas contas, ao lado do gigantesco desemprego e o aumento da miséria no país, o que temos pela frente é uma situação explosiva que não tarda a estourar.
Mais do que preocupar com o coronavírus – que diga-se de passagem merece toda a nossa atenção – deveríamos nos ocupar com a tarefa de colocar para fora do governo Bolsonaro e com ele todos os militares golpistas que o sustentam e o acompanham. Somente a política do “Fora Bolsonaro” pode amparar o povo desprestigiado por esse governo golpista e nos dar algum horizonte de esperança de melhora.