Depois de ser adiada por uma semana, a “reforma” da Previdência deve ser votada hoje (1º) em primeiro turno no Senado. A chamada “reforma” é na verdade uma demolição. Como aprovado na Câmara, os trabalhadores terão que se aposentar mais tarde, terão que contribuir por mais tempo, e o valor da aposentadoria será menor. Trata-se de um gigantesco roubo feito diretamente contra a carteira dos trabalhadores, que contribuem a vida inteira com a Previdência. É preciso se mobilizar contra o governo ilegítimo do golpista Jair Bolsonaro para impedir ataques como esse, entre muitos outros que a direita está levando adiante contra a população, e muitos outros ainda que estão sendo planejados.
No caso de a reforma ser aprovada pelo Senado do jeito que está, várias mudanças afetarão os trabalhadores negativamente. Em primeiro lugar, acaba a aposentadoria por tempo de serviço. Só restará a aposentadoria por idade, e essa idade será de no mínimo 65 anos para homens e 62 para mulheres. No entanto, um tempo mínimo de contribuição continua valendo, de 20 anos para homens e 15 para mulheres.
Outro golpe contra os trabalhadores é o novo cálculo do valor da aposentadoria. A aposentadoria integral, que atualmente é calculada com base nos 80% dos salários mais altos recebidos pelo trabalhador, será calculada por todos os salários recebidos pelo trabalhador durante a vida. Assim, o valor da aposentadoria ficará menor, apesar do fato de que agora será necessário trabalhar por mais tempo. Além de muitas outras mudanças, como a drástica redução da pensão da morte (que vai de 100% do valor para 60%).
É preciso mobilizar contra o governo
Diante de ataques como esse, os trabalhadores precisam se mobilizar contra o governo golpista. Houve uma campanha e uma mobilização contra a reforma, que partiu dos sindicatos, com a CUT à frente. No entanto, essa luta tomada parcialmente não foi capaz de criar, até agora, um volume de mobilizações que fosse capaz de impor uma derrota à direita e obrigá-la a recuar.
Esse é o problema de se tentar organizar a luta contra o governo em torno de pautas parciais. Reivindicações isoladas podem se tornar o estopim para grandes mobilizações contra o governo, porém não se deve apostar nisso. Para derrotar o governo é preciso colocar o poder desse governo em questão, organizando a mobilização em torno da reivindicação do fim desse governo. Portanto, é hora de mobilizar em torno da palavra de ordem Fora Bolsonaro!
Essa é uma reivindicação que acumula as forças mobilizadas contra o governo golpista. Enquanto as pautas parciais podem levar a uma coleção de derrotas diante da direita, dando tempo ao governo para se fortalecer diante dos trabalhadores para poder levar adiante seus ataques contra a população. Dando, inclusive, a oportunidade para que este governo se torne mais autoritário para impor sua política à força. É preciso aproveitar a tendência de mobilização contra o governo para evitar isso, levantando uma reivindicação mais abrangente: Fora Bolsonaro! E assim impor uma derrota à direita capaz de reverter não só a reforma da Previdência mas todas as políticas implementadas desde o golpe.