A reforma da Previdência foi, enfim, aprovada na Câmara dos Deputados. Os deputados golpistas, contratados pela burguesia para roubar a aposentadoria da população, não hesitaram em votar conforme os interesses do imperialismo. Os deputados da esquerda nacional, por outro lado, que se propuseram a fazer uma “oposição parlamentar” ao governo Bolsonaro, não conseguiram fazer absolutamente nada para impedir que isso acontecesse.
A política que foi levada pelas direções da esquerda nacional em relação à reforma da Previdência foi a mesma que foi levada na luta contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e na luta contra a prisão de Lula, bem como na luta contra a reforma trabalhista e na luta contra a PEC do Teto. Ao invés de mobilizar os trabalhadores para lutarem contra o golpe de Estado e enfrentar a direita com os métodos tradicionais do movimento operário, tais direções optaram por adotar o caminho da chamada “resistência”.
A “resistência”, embora tenha um nome que pareça evocar alguma atitude nobre é, na verdade, um total fracasso político. Resistir é, por definição, uma proposta defensiva em relação aos ataques da direita. Afinal, quem “resiste”, não contra-ataca: a resistência, portanto, se opõe à reação. Resistir é tentar evitar que o adversário tenha sucesso em seu ataque, não liquidá-lo para impedir que ele sequer possa planejar um ataque futuro.
A cada ataque que o regime golpista preparou contra os trabalhadores, a resposta das direções da esquerda nacional, pressionadas pelos seus parlamentares, foi a de “resistir” aos ataques. Em vez de lutar pela anulação do golpe e reconduzir Dilma Rousseff à Presidência, por exemplo, travou-se uma luta contra a PEC 241 (55), que, além de ser incapaz de unificar todos os setores da população, tornando a derrota inevitável, permitiu que a direita preparasse uma série de outros ataques.
Diante da ofensiva dos golpistas, que, impulsionados pela crise profunda do capitalismo, estão procurando abocanhar todas as riquezas dos trabalhadores de todo o mundo – em especial, nos países atrasados, como o Brasil -, é necessário uma política que faça todos os explorados se chocarem contra os seus algozes. Trabalhadores da saúde que estão vendo o SUS ser sucateado, trabalhadores da Educação revoltados com a destruição de escolas e universidades, operários que estão sendo demitidos diariamente das fábricas, negros espancados na periferia – enfim, todos devem se unir para derrubar o governo Bolsonaro e aprofundar a crise do regime político golpista.
Não é hora de se aliar com os partidos golpistas – aliás, nunca é hora para isso -, tampouco para “respeitar” os “ritos constitucionais” da votação do roubo da aposentadoria. É hora de ir para as ruas pelo Fora Bolsonaro, pela liberdade de Lula e por eleições gerais já!