Preta Ferreira, presa há 30 dias pelo Estado golpista e reacionário, mesmo sem ter cometido nenhum crime, deu uma entrevista à Rádio Brasil Atual, onde desabafa sobre essa ditadura em cima da classe trabalhadora, negra e pobre. Para Preta, filha de Carmen Silva, líder do Movimento Sem Teto do Centro (MTSC) e da Frente de Luta por Moradia (FLM), sua prisão é fruto da luta pelo direito à moradia, na entrevista ela afirma: “Estou presa porque briguei por direitos constitucionais. Quem deveria estar preso é quem não cumpriu com seus deveres constitucionais. Moradia é um direito constitucional”
Preta Ferreira sabe que o principal objetivo do Estado em praticar essas prisões arbitrárias é atacar os movimentos sociais e o cenário político atual colabora em totalidade para que essas perseguições aconteçam. A burguesia da especulação imobiliária se incomoda muito com essas ocupações, corroborando com a violência que o Estado vem praticando.
“Ninguém ocupa porque quer não, você acha que eu não queria ter meu apartamento, ter minha casa? Queria sim, queria, mas como que eu vou comprar? Ou eu trabalho pra comer, pra me vestir ou eu trabalho pra pagar aluguel. Onde na cidade de São Paulo que alguém vive com um salário mínimo? “, Preta afirma, quem consegue se manter com um salário mínimo em São Paulo, uma cidade tão cara?
O que Preta traz nessas denúncias é algo que os movimentos sociais de moradia já vêm sofrendo há tempos, principalmente com as denúncias anônimas, como ela mesma traz na entrevista, o que o Estado deveria fazer é investigar quem faz essas denúncias e quais os interesses por trás, pois fica nítido que há interesses imobiliários, financeiros envolvidos. Fica claro que a prisão dela e dos outros militantes, incluindo seu irmão, é injusta, como ela mesma afirma: “tá mais que comprovado que a minha prisão é política”