No município de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, já completam-se cinco dias de greve de fome, nesta sexta-feira 9, realizada pelos detentos do Presídio Regional e da Penitenciária Estadual de Santa Maria (PESM). A movimentação dos apenados pede a volta das visitas, que estão suspensas desde março, por motivo de coronavírus.
Por enquanto, nenhum detento precisou ser transferido e a manifestação seguia pacífica. Uma nota técnica divulgada em plano da Secretaria de Administração Penitenciária (Seapen) prevê que as visitas nos presídios gaúchos podem ser retomadas a partir do dia 15 de outubro.
A manifestação extrema dos presidiários, uma greve de fome, é um ato que simboliza o desespero dos detentos diante do sistema penal e das condições desumanas em que eles são submetidos, especialmente durante a pandemia. A privação de ver um familiar em momentos como esse é inclusive um método de tortura psicológica.
Não é segredo a política genocida do governo Bolsonaro contra a população carcerária, pois ele mesmo teve sua gestão presidencial fraudulenta denunciada mundialmente por negligenciar a situação da pandemia do covid-19 nos presídios do Brasil.
O documento apresentado há alguns meses alertava para uma “catástrofe iminente”. Segundo o mesmo havia um aumento da contaminação entre os presos de pelo menos 800% desde maio, chegando ao início de junho com 2.200 casos oficiais, considerando sub-notificação o número pode ser muito maior, já que, como o documento revela, somente 0,1% dos presos foram testados e o governo Bolsonaro sempre fez questão de esconder os números reais, assim como os governos de direita estaduais.
Atualmente, o sistema comporta mais de 800 mil almas, e ninguém sabe, ao certo, quantas pessoas estão infectadas. Somados aos processos fraudulentos, com provas forjadas pela própria polícia, é gigantesca a quantidade de pessoas presas injustamente. As mesmas pessoas que, agora, sofrem com a pandemia do coronavírus, que se alastra dentro das cadeias brasileiras.
O sistema penal é uma pena de morte para o detento. Seja pela situação corriqueira das prisões, sujas, lotadas, seja pela pandemia, ou mesmo pela tortura e execução dos presos, como foi visto no caso do massacre do Carandiru, em 1992.
É preciso libertar já todos os presos não violentos, provisórios ou doentes, pelo fim das masmorras modernas!