O Centro de Estudos Públicos do Chile (CEP) divulgou que 81% dos entrevistados acham que o governo agiu muito mal em relação às manifestações que convulsionaram o país no último período, permitindo que os carabineiros reagissem com balas de borracha e excessiva repressão. Também traz como resultado que apenas 6% dos chilenos tem aprovação positiva do governo. A ação da polícia fez despencar o índice de confiança da população em relação à organização ao patamar de 17%.
No fim de 2019, viu-se uma intensa movimentação no Chile em decorrência dos ataques da política neoliberal de Sebastian Piñera e de anos de sofrimento do povo desde o governo Pinochet, o qual instalou uma reforma da Previdência aos moldes da que fez o chicago boy Paulo Guedes, ministro de Bolsonaro, no Brasil.
Como resultado da política empregada, o Chile apresenta uma das piores previdências da América Latina, na qual pessoas idosas não apresentam renda suficiente nem para a compra de medicações necessários na velhice.É comum no país os filhos terem que acolher os pais aposentados em casa pela insuficiência de renda para a sua própria manutenção. Vê-se no Chile o maior índice de suicídios de idosos na América Latina, traduzindo assim a total desesperança no futuro.
Diante do quadro catastrófico da população idosa, o alto índice de desemprego, a privatização da saúde pública e os demais ataques comuns da política neoliberal , a população chilena, liderada pela juventude se insurgiu no fim de 2019 exigindo mudanças . O que se viu foram mobilizações que levaram milhares de pessoas às ruas , principalmente em Santiago, com palavras de ordem como “fora Piñera”. As mobilizações foram duramente reprimidas, com denúncias de tortura, sequestros, prisões e mutilações dos manifestantes.
Nem assim o povo Chileno saiu das ruas, até que sobre a pressão popular o governo recuou em algumas medidas, como por exemplo o aumento das pensões dos aposentados. A mensagem do povo era clara: fora Piñera! A esquerda parlamentar, no entanto, capitulou concordando com uma nova Assembleia Constituinte e, assim, acabou por arrefecer o movimento explosivo no Chile.
Trata-se, no entanto, de um puro engodo: as pequenas concessões do governo, pouco resultados trarão de mudanças efetivas nas políticas neoliberais e na qualidade de vida dos chilenos. Esperanças em vão, assim como faz a esquerda brasileira ao tentar empurrar ao brasileiro os acordos com o regime em prol da ilusão de voltar ao poder em 2022.