No último sábado (6/4), o ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, em debate da Brazil Conference, evento organizado por alunos da universidade de Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Technology), afirmou que “não temos que temer uma solução militar, não haverá isso, os militares não querem, eles querem ajudar o país”.
Como convidado do painel Justiça: O Papel do Supremo Tribunal Federal, ao lado da senadora Kátia Abreu (PDT-TO), moderado por Oscar Vilhena, diretor da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, o ministro destacou que os “militares vêm desempenhando um papel de excelência, muito significativo” no governo de Jair Bolsonaro.
A afirmação de Toffoli, que já chamou o golpe militar de 1964 de “movimento”, desconsiderando o processo histórico que instalou 21 anos de ditadura militar no país, com cassação de direitos políticos, torturas e execuções, com a aniquilação de qualquer oposição ao regime; mais uma vez procura “dourar a pílula” e oferecer apoio aos militares golpistas, no mesmo evento em que também participou o general e vice-presidente da República, Hamilton Mourão.
Na última semana, com as prerrogativas arbitrárias de presidente do STF, o ministro determinou o adiamento da votação sobre a constitucionalidade da prisão em segunda instância, o que poderia levar à libertação do ex-presidente Lula. As declarações de Toffoli, aliadas às suas ações como ministro do supremo, demonstram que ele não passa de um artífice do golpe, sob o comando dos militares, que – desde a sua posse – mantém um general como “assessor especial” da presidência do STF.
Os serviços prestado aos golpistas, que deram sustentação ao governo Temer e são parte do governo Bolsonaro, se somam à blindagem pela imprensa golpista que repercute e tenta tornar verossímel declarações que insistem em dizer que não houve golpe no Brasil.
O golpe se aprofundou com a prisão de Lula, impedindo-o de participar do processo eleitoral, violando a Constituição federal. O País está dominado por uma ditadura que controla o Executivo, o Legislativo e o Judiciário contra os direitos democráticos de Lula e de todo o povo brasileiro, em favor do grande capital.
Essa ofensiva não pode ser derrotada por meio de ações em um judiciário sob o controle dos militares golpistas.
É preciso sair as ruas em uma mobilização revolucionária que liberte Lula e ponha abaixo o regime golpista.