Em sua conta na Rede Social, Twitter, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou que “a Folha afirma que foi a apuração do caso Queiroz que levou à queda do superintendente da PF do Rio de Janeiro. Se isso for comprovado estaremos diante de um grave crime: obstrução de investigação criminal (Lei 12.850/2013). Nesse caso, Bolsonaro poderia ser alvo de impeachment”.
Isto é, segundo ele, as condições estão dadas para o Impeachment de Bolsonaro.
Porém, em seguida, afirma: “Não quero dizer, com isso, que a estratégia da oposição deva ser a do impeachment nesse momento, quando não há ainda apoio expressivo dos demais partidos a essa opção”.
Com isso, fica evidente que para o PSOL só se pode pedir Fora Bolsonaro quando os “demais partidos” decidirem por essa opção. É claro, então, que mesmo existindo as condições, o PSOL não quer tomar nenhuma iniciativa, nem mesmo institucional, para levar adiante o Fora Bolsonaro.
Como se sabe, setores do Partido dos Trabalhadores (PT), como o deputado federal Paulo Pimenta, já aderiram ao Fora Bolsonaro e querem seu impeachment, por outro lado, o PCdoB e outros partidos da “Frente Ampla”, como o PDT e o PSB, já se consolidaram contra e buscam uma aliança com o Centrão de Rodrigo Maia.
O PSOL e setores do PT poderiam estar juntos na empreitada contra Bolsonaro no Congresso, mas Juliano Medeiros acha que é preciso esperar os “demais partidos”. Quais partidos seriam estes? Obviamente, não são os partidos da esquerda parlamentar, que, tirando o PT, que ainda tem muitas divergências internas, têm um posicionamento claro à respeito do governo Bolsonaro. O que Juliano Medeiros quer é que os partidos da direita, que sustentam o governo, peçam o Impeachment do presidente fascista – algo contraditório.
Uma vez que podem também estar esperando pelo posicionamento do PCdoB e de setores da direita do PT, que estão em aliança com partidos golpistas, nesse caso, também estão esperando um posicionamento da direita, que dá as cartas nesta “aliança”.
Por isso, se a direita não aderir, Medeiros não acha que “a estratégia da oposição deva ser a do impeachment nesse momento, quando não há ainda apoio expressivo dos demais partidos a essa opção”.
Quer dizer, o PSOL propõe esperar os partidos da burguesia para, enfim, defender o Fora Bolsonaro. A política inversa seria mobilizar os trabalhadores, nas ruas, para exigir não só a derrubada do governo, como a realização de novas eleições. Mas não entremos neste problema. O fato é que nem o mínimo, que é tomar uma iniciativa (mesmo que parlamentar) contra o governo, o Partido Socialismo e Liberdade quer fazer.
Algo muito estranho uma vez que o partido pediu Impeachment de diversos políticos golpistas que estavam na mira do imperialismo, como Pezão e Crivella, no Rio de Janeiro. O partido que sempre entra com alguma ação institucional, agora receia em pedir o Fora Bolsonaro no congresso. Isso ocorre pois o partido não tem uma base popular expressiva, sendo basicamente formado por esquerdistas da pequena-burguesia, que sofrem mais pressão da direita, que quer manter Bolsonaro, do que das reivindicações populares, que querem derrubá-lo.