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Aos empresários, tudo

Presidente do BC: com quebra de contratos, economia entará em colapso

Banco Central quer garantir dinheiro para os empresários. Além dos R$ 1,2 trilhão doados aos banqueiros

Um dos maiores medos dos capitalistas é que as fragilidades do sistema capitalista sejam expostas a ponto de os trabalhadores perceberem que é um sistema que pode ruir e ser substituído por outro. Não é à toa que as experiências autogestionárias ou o controle de fábricas por trabalhadores são tão duramente reprimidas ou que sejam submetidas a todo tipo de sabotagem pelos burgueses e seus funcionários governamentais.

Nas crises as fraturas e limitações do sistema capitalista são expostas, mesmo que nem sempre sejam facilmente percebidas pelos trabalhadores.

No último sábado (4/4) o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto de Campos Neto, fez uma palestra para empresários e investidores organizada pela XP Investimentos, corretora de valores controlada pelo Itaú Unibanco. Sua preocupação central foi mostrar o medo de que “a quebra generalizada de contratos leve a um colapso da economia brasileira” .”Algumas empresas estão dizendo que, com a crise, não podem pagar o aluguel, não podem pagar contratos.”, disse Campos Neto. “Se entrarem em quebra de contratos, isso vai ser muito danoso.” (UOL, 4/4/20).

Com o pavor do efeito dominó (quebras de contratos sucessivas) ele promete mais dinheiro para os empresários. Nós queremos colocar dinheiro na mão das pessoas para elas honrarem os contratos”, afirmou o presidente do Banco Central.

A mesma opinião havia sido expressa pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, também em palestra para representantes do setor de varejo. “Não podemos cair na atração do calote, da falta de pagamentos, isso descontinua a rede nacional de pagamentos”, disse o ministro ao anunciar que as reformas econômicas (leia-se retirada de direitos dos trabalhadores) continuarão prioritárias (Revista PEGN, 4/4/20).

Mesmo que estejam unidos na ideia de que cabe ao governo dar dinheiro para empresas e bancos para evitar uma crise maior, entre eles há disputas. Na semana passada, por exemplo, as cinco maiores entidades empresariais do varejo se uniram para reclamar junto ao Banco Central contra os aumentos, de 50% a mais de 70%, nos juros cobrados pelos bancos nas operações de varejo. Reclamam também das dificuldades de acesso ao crédito, mesmo após o governo anunciar pacotes de R$ 1,2 trilhão aos banqueiros (Correio Braziliense, 1/4/20). É sempre bom lembrar que no ano passado, os grandes bancos tiveram um lucro superior a R$ 80 bilhões!

Para os empresários tudo, para os trabalhadores nada

Depois de ter perdido a batalha de opinião pública do retorno ao trabalho, voltam à carga na defesa das empresas que quebrarão, segundo eles, se a crise se instalar.

O auxílio emergencial já aprovado no Congresso Nacional, embora uma esmola, é fundamental para a sobrevivência daqueles que estão na linha da miséria, grande parte da população brasileira. Mas o pagamento desse auxílio é postergado pelo governo, que põe a culpa em sua própria burocracia. Contudo, o auxílio aos bancos e aos empresários, é muito mais importante, como defendem o ministro da Economia e o presidente do BC.

São classes sociais com interesses antagônicos. De um lado os capitalistas (banqueiros, grandes empresários, rentistas) e do outro os trabalhadores. O governo federal defende um dos lados, todos os dias e de todas as formas. As mortes que virão com o novo coronavírus não são importantes para o governo, o que deve ser evitado, segundo os golpistas, é o prejuízo de empresas e a queda de lucros.

Sem propostas, mas de olho nos lucros

Os dirigentes governamentais, expressando a confusão que também reina junto aos empresários, não sabem o que propor. Ainda estão batendo cabeça. Não querem fazer como muitos governos mundo afora têm feito, de bancas salários, proibir demissões, adiar pagamentos de taxas, alugueis, impostos etc. Querem fórmulas mais fáceis, econômicas e rentáveis aos capitalistas. Anunciam a antecipação dos feriados, juntando os que existirão no ano e descontando agora na quarentena, mas nem todos concordam. “No caso do feriado bancário, tem que pensar como vai ser o cálculo de juros, os efeitos nos mercados”, disse Campos Neto, acrescentando que “é uma medida que fiquei sabendo há pouco tempo”(UOL, idem).

Mas a equipe econômica do governo tem feito de tudo para pressionar o Congresso Nacional em favor de reformas que consolidam a retirada de direitos dos trabalhadores e bloqueiam qualquer transferência de renda aos desempregados.

O que os desespera, porém, é que a crise não dá trégua e nem ficará restrita às questões de saúde. Isso porque ela é anterior ao coronavírus e durará muito mais tempo que a pandemia. A crise é do capitalismo.

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