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Quilombolas

Presidente da Suzano fala da Amazônia, mas trata comunidades como lixo

Empresa desalojou milhares de famílias para fazer imensas florestas de eucalipto

Nesta semana Walter Schalka, presidente da empresa Suzano Papel e Celulose S.A., apareceu em vários órgãos da imprensa tradicional prevendo um futuro sombrio para a Amazônia, criticando Jair Bolsonaro por não cumprir a legislação sobre a extração ilegal de árvores e dizendo que a situação das queimadas na região em 2020 será muito pior que a observada em 2019.

No entanto este discurso é apenas uma fachada para encobrir o fato de que a Suzano Papel e Celulose é a responsável por uma enorme série de crimes contra o meio ambiente e contra as populações que vivem no entorno de suas terras cultiváveis como trabalhadores sem-terra, quilombolas, pescadores e agricultores.

A Suzano Papel e Celulose é uma empresa multinacional, a maior produtora global de celulose de eucalipto e líder do mercado mundial de papel. Ela adquiriu este status após sua fusão com outra gigante do setor, a Fibria, em 2018. A empresa tem florestas de sua propriedade pelos estados de São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins, perfazendo um total de 803.000 hectares de área florestal, além de seis unidades industriais em cidades como Embu, Limeira, Mucuri (na Bahia) e Imperatriz (no Maranhão).

A empresa foi denunciada em inúmeras ocasiões. Um dos casos mais conhecidos é o impacto provocado na região de Mucuri na Bahia. Como é sabido o plantio do eucalipto exige enormes quantidades de água, em torno de 30 litros por dia por unidade. O impacto do monocultivo de eucalipto é algo que tem sido denunciado há décadas pelos movimentos sociais.
Nessa região a Suzano expulsou milhares de famílias camponesas, quilombolas e indígenas, além de jogar os dejetos da sua fábrica de processamento de eucalipto diretamente no Rio Mucuri. Esta poluição, que acontece desde 2010, tem causado danos irreparáveis à fauna, flora e às populações ribeirinhas.

Em 2018 o grupo não governamental FASE (Federação de Órgãos Para Assistência Social e Educacional) fez uma expedição ao território quilombola tradicional do Sapé do Norte entre Conceição da Barra e São Mateus, ao norte do estado do Espírito Santo. A equipe de geógrafos, agrônomos, jornalistas e outros profissionais percorreu a bacia do Rio São Domingos guiados por pescadores e quilombolas locais para documentar o impacto das atividades da empresa Aracruz Celulose (então pertencente à Fibria).

Dentre as inúmeras contatações verificou-se que 48 das 86 nascentes que abasteciam o rio São Domingos foram afetadas devido à monocultura do eucalipto, evidencias que foram levadas a vários órgãos estaduais e municipais.

Outro problema é também o amplo uso de agrotóxicos pela empresa, que são pulverizados por via aérea afetando o trabalho dos pequenos agricultores adjacentes. Foram encontradas dezenas de embalagens desses agrotóxicos por todo o caminho.

Nessa região se verificou que entre quatro e cinco mil famílias de quilombolas foram desalojadas nos últimos 30, 40 anos e vivem na periferia dos municípios de Conceição da Barra, São Mateus e Braço do Rio, além de perto de 500 a mil famílias de sem-terra. Os pedidos de reintegração de posse já foram feitos há anos, mas o judiciário se mostra totalmente insensível à causa.

Toda a defesa da Amazônia que Walter Schalka faz nesse momento pode ser apenas um indicativo do próximo local de exploração da Suzano, fonte de cobiça de todos países imperialistas.

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