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Preparando a dominação total do Oriente Médio: EUA querem considerar Irmandade Muçulmana como grupo terrorista

A Casa Branca afirmou em comunicado que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considera classificar a Irmandade Muçulmana como uma organização terrorista. Tal medida pode aprofundar e oficializar a perseguição do imperialismo norte-americano contra essa organização política e religiosa egípcia justificando legalmente prisões arbitrárias, execuções, bloqueios de bens e contas bancárias contra seus membros ou quaisquer pessoas que tenham relações com o grupo.

A Sociedade dos Irmãos Muçulmanos (ou simplesmente Irmandade Muçulmana) é uma organização religiosa e política fundada no Egito em 1928, logo após o fim do Império Otomano com a extinção do califado turco em 1924, em decorrência da I Guerra Mundial. Essa organização islâmica cresceu rapidamente em meio à radicalização do nacionalismo entre os povos árabes que lutavam contra a dominação colonial franco-britânica. Depois, da II Guerra Mundial, a Irmandade Muçulmana era uma organização poderosa e cumpriu um papel importante no movimento contra o domínio imperialista franco-britânico, que havia se enfraquecido após a guerra. Em meio à mobilização de voluntários para a luta contra a criação do Estado Sionista Judeu na Palestina em 1948, a Irmandade sofre repressão da monarquia egípcia e como resposta, assassina o primeiro-ministro do rei Faruque, Nuqrashi Pasha. Como resposta, a Irmandade Muçulmana tem o seu líder e fundador assassinado, o professor Hassan al Banna, e muitos membros presos. Depois, participam da derrubada da monarquia apoiando os chamados “Oficiais Livres” do exército egípcio, como o militar nacionalista Gamal Abdel-Nasser. Entretanto, Nasser coloca a Irmandade na ilegalidade novamente, levando ao exílio de diversos membros, que acabaram espalhando a organização por diversos países árabes.

Depois de décadas de um regime egípcio controlado pelos militares, que já não eram mais nacionalistas, a Irmandade Muçulmana participou de forma clandestina e através de candidatos independentes nas eleições parlamentares em 2005, chegando a eleger um quinto do parlamento egípcio. Depois, após a chamada “primavera árabe” e a que de Hosni Mubarak, a Irmandade levou o seu candidato, Mohamed Morsi, a vencer as eleições presidenciais em 2012.  Depois de um ano conturbado, depois da Irmandade Muçulmana ser criticada por seus opositores por querer estabelecer leis baseadas na fé islâmica e depois de manter o Egito aliado do governo palestino do Hamas na Faixa de Gaza, foi deposto por um golpe militar em 2013. O presidente Mohamed Morsi foi preso, milhares de membros da irmandade foram presos e muitos executados. A organização foi colocada na ilegalidade pelo regime militar egípcio, que organizou eleições de faixada em 2014 sem a oposição, para legitimar o regime golpista.

Agora, Trump confirma mais uma vez o papel do imperialismo norte-americano no golpe militar egípcio ao se movimentar para colocar a Irmandade muçulmana na ilegalidade. A Irmandade Muçulmana é um movimento de massas, portanto tem o potencial de radicalização contra o imperialismo, mesmo ele sendo um movimento religioso e mesmo ele tendo (como todo movimento nacionalista) uma associação com o imperialismo (que, ora é profunda, ora é mais distante). Quando o imperialismo invade e apoia golpes nos países atrasados, a tendência é que os movimentos nacionalistas se radicalizem contra a invasão, entrando em extrema contradição com o imperialismo, sendo um foco de forte resistência a esse domínio. Por esse caráter de massas, com uma tendência mesmo de se radicalizar contra a propriedade privada. Por isso, considerar a Irmandade Muçulmana como terrorista é aumentar a repressão contra essa organização para facilitar a dominação do imperialismo sobre os países onde ela está enraizada.

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