A prisão sem provas do ex-presidente Lula foi um primeiro passo, decisivo, para o ataque sem precedentes da direita contra os direitos democráticos da população brasileira. Nesta última terça-feira, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, aliado dos tucanos e dos golpistas, foi ao Congresso Nacional apresentar uma proposta que visa aumentar a pena máxima de prisão no país, de 30 para 40 anos de cadeia.
Na proposta estão incluídas ainda outra medidas que tem como objetivo aumentar a repressão do estado, como a federalização dos crimes de milícia e tráfico de armas, a a criação de varas especializadas, formada por cinco juízes, para julgar réus do crime organizado e a inclusão no rol de crimes hediondos de tipos de crimes como o genocídio.
A proposta é um ataque às liberdades individuais, uma vez que a repressão estatal só serve apenas para perseguir a população pobre, trabalhadora e explorada pela falta de emprego e dos direitos básicos. Soma-se a isso a letalidade cada vez maior dos aparatos repressivos como a Polícia Militar e as próprias Forças Armadas, as quais vem se preparando para impor uma ditadura aberta contra o povo.
O sistema prisional brasileiro que já é um verdadeiro inferno, com milhares de presos provisórios, sem julgamento, em sua totalidade negros e pobres, se tornará, se é que é possível, ainda pior.
Enquanto a direita avança contra o povo, persegue, assassina lideranças, prende sem qualquer prova o principal líder popular do país, a esquerda pequeno-burguesa brinca de campanha eleitoral, com seus discursos e suas poses. Completamente fora da realidade, age como se nada estivesse acontecendo no país, adotando uma política confusa e oportunista perante o povo.
A única saída diante desse quadro é a mobilização popular. É necessário intensificar a campanha pela formação dos comitês de luta contra o golpe e fortalecer a mobilização contra os golpistas e pela liberdade de Lula.