Nesta quinta-feira (22), o Parlamento Europeu anunciou que a frente de oposição bielorussa venceu o Prêmio Sakharov de direitos humanos. A premiação se deu pelos “esforços” do grupo na “luta pela democracia” — isto é, a luta pela derrubada do regime controlado por Aleksandr Lukachenko.
O movimento tem entre suas lideranças Svetlana Tikhanovskaia, uma professora de inglês, que assumiu a liderança da oposição quando seu marido Sergei, um blogueiro, foi impedido de se registrar como candidato à presidência e foi preso por conspirar para derrubar o governo, desde então atual como fantoche do imperialismo. Ela foi derrotada nas eleições presidenciais de 9 de agosto e hoje exilada na Lituânia, questiona a vitória do presidente.
Manifestações encomendadas pelo imperialismo, no maior estilo das ”revoluções coloridas”, ou até mesmo ”junho de 2013 no Brasil”, foram realizadas contra o resultado das eleições desde então.
União Europeia demonstra seu apoio ao imperialismo
Em 2019, a premiação foi dada ao economista chinês de origem uigure Ilham Tohti, um crítico das políticas para as minorias étnicas na China. Quer dizer, mais um a fazer propaganda imperialista, pra traduzir para o português bem claro.
A candidatura da oposição de Belarus recebeu o apoio dos principais grupos políticos parlamentares, como o PPE (direita), S&D (socialistas e democratas) e Renovar a Europa (centristas e liberais). Em 24 de setembro a União Europeia (UE) anunciou que não reconhecia Alexander Lukashenko como presidente de Belarus.
Com o brindo de Parlamento Europeu, fica ainda mais claro o empenho do imperialismo europeu e do imperialismo de conjunto em derrubar o regime bielorrusso. Uma clara campanha a favor do golpe no país.
Propaganda contra o governo Lukashenko
Existe uma propaganda enorme e uma grande pressão contra o governo Lukashenko, que foi reeleito com 80% dos votos e tem o apoio real da maioria da população. O imperialismo e seus fantoches no país acusam o governo de ditadura, de violador dos direitos humanos, de assassino etc, para justificar uma intervenção imperialista. Os próprios opositores “humanitários” pedem uma intervenção militar do imperialismo no país, ou seja, uma guerra imperialista que destruiria o país.
Oposição ”democrática” quer guerra civil
Ainda neste mês, Svetlana pediu ajuda aos deputados franceses, alegando que seus concidadãos seriam vítimas de repressão política e que os jornalistas independentes estariam perdendo suas credenciais para cobrir os protestos.
O pedido veio durante uma videoconferência com a Comissão das Relações Exteriores da Assembleia Nacional francesa. A líder oposicionista também pediu para que os países da UE recebam os bielorrussos que abandonaram o país, conclamou os jornalistas independentes a participarem dos protestos mesmo sem credenciais por sua conta e risco, pediu para que a UE pressione o governo Lukashenko por novas eleições.
Os países que contestam as eleições na Bielorrússia são os mesmos que apoiaram os golpes recentes na América Latina, golpes como os que depuseram o presidente eleito em primeiro turno na Bolívia, Evo Morales, ou que condenaram ilegalmente Rafael Correa no Equador, ou ainda a farsa que depôs Dilma Rousseff no Brasil.