Em meio a pandemia do Coronavírus, a prefeitura de Ribeirão Preto, através de decisão judicial, pretende despejar 360 famílias, o que representa 1200 pessoas, da comunidade Vila União, localizada na zona norte do município. Coordenada pela União dos Movimentos de Moradia (UMM) e criada em 2016, a comunidade instalada em um terreno de 62.000 metros conta com 60% das moradias já feitas em alvenaria, horta orgânica comunitária e também uma cozinha comunitária, que serve pelo menos 150 famílias todos os dias no almoço, e que funciona integrante com a horta da comunidade.
Em discurso demagógico para justificar o verdadeiro ataque à vida dos trabalhadores, a prefeitura alega que irá construir outras moradias populares no local, porém não apresenta nenhum projeto e nem de onde sairia o dinheiro para a realização dessas construções. Além disso, a União dos Movimentos de Moradia da Grande São Paulo e Interior denuncia que não há nenhuma política de moradia sendo executada no município desde 2016, ou seja, com a desocupação as famílias não teriam para onde ir e ficariam completamente desamparadas em plena pandemia.
O episódio é mais um ataque do Estado omisso que não concede ao trabalhador as condições mínimas de sobrevivência, como uma moradia e alimentação, e a ainda quer destruir o trabalho já feito pela comunidade que se organizou na ausência do governo e políticas voltadas ao trabalhador que mais precisa.