Os absurdos da burguesia bolsonarista com relação à vacinação não param de acontecer. A cidade de Porto Seguro, no extremo sul da Bahia, a 707 km da capital, é uma das cidades que mais recebeu doses da vacina Coronavac, mas tem a menor taxa de vacinação. Com mais de 5 mil casos de COVID-19 confirmados, com clinicamente 14 mil considerados suspeitos, a cidade com mais de 150 mil habitantes enfrenta um alta significativa de casos de coronavírus, sobretudo após as festas de fim de ano.
Segundo dados oficiais do site Bahia Notícias, Porto Seguro recebeu 4.627 doses (a quarta com maior número de doses), mas apenas 460 pessoas foram vacinadas e registradas pelo sistema do Ministério da Saúde, menos de 10%. A Prefeitura Municipal, em nota nas redes sociais, apresentou outros dados(756 vacinados), mais de 16%, mas ainda é muito baixo. Na cidade vizinha a Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália, já foram vacinadas 701 pessoas.
Prioritários nesse primeiro lote, os profissionais do principal Hospital do extremo sul(o Hospital Luís Eduardo Magalhães) foram informados que nem todos seriam vacinados por falta de imunizantes.
Porto Seguro tem atualmente apenas 8 leitos de UTI-Covid-19. Eunápolis, outra cidade vizinha, distante 62 km, já está com 82% dos seus 20 leitos ocupados.
Diante desses trágicos números, temos ainda o festival de besteiras, demagogia e incompetência praticados pelo prefeito Jânio Natal(PL) e sua secretária de saúde, a “doutora cloroquina” Raíssa Soares.
Assim como toda a burguesia fez pelo país afora, Jânio Natal e Raíssa Soares posaram para foto para comemorar a chegada da vacina. Festa para foto e muita incompetência e lentidão para aplicar a vacina aos prioritários do primeiro lote. Para solicitar a ineficaz hidroxicloroquina, Raíssa Soares entrou em contato com o presidente Bolsonaro. O Governo Federal a atendeu e enviou, no início do segundo semestre de 2020, dezenas de caixas do placebo(medicação sem efeito), mas os números de contaminados aumentaram.
A “doutora cloroquina” garantiu que apoiaria as vacinas após aprovação da Anvisa(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas deu várias informações falsas e outras sem comprovação científica sobre a produção delas. Disse que várias pessoas haviam morrido durante os testes e que as vacinas à base de RNA provocariam doenças genéticas.
Responsável por trazer o bolsonarismo para a região, Jânio Natal, político demagogo e oportunista de longa data no extremo sul baiano, foi contra as restrições das atividades do comércio e turismo na cidade, mas não deu outra oportunidade ao povo, senão deixá-lo à própria sorte para ser contaminado e à serviço dos empresários da região. O prefeito anunciou que no dia 1º de janeiro liberaria todas as festas na cidade. O Governo da Bahia emitiu decreto proibindo qualquer festa no Estado, mas a cidade de Porto Seguro foi a que mais realizou, sobretudo no distrito de Trancoso.
Nenhum desses políticos bolsonaristas exigiram a permanência, ampliação e aumento do auxílio emergencial. Não proporcionaram o devido isolamento social para toda a população, não fizeram teste em massa, não aumentaram leitos de UTI de forma significativa, não aumentaram a frota de ônibus, não estão conseguindo se quer vacinar os profissionais da saúde e os idosos, quem dirá universalizar a vacinação no país. A direita bolsonarista quer mesmo é furar a fila da vacina e implantar a política do “morra quem morrer”, regada a muita demagogia e genocídio.