Em matéria do G1, de 19/05, é anunciado que a prefeitura de Porto Alegre (RS) assinou decreto na mesma data e com validade imediata, liberando atividades de comércio. As atividades liberadas foram: serviços sociais autônomos, entidades sindicais, museus e bibliotecas, shoppings e centros comerciais, restaurantes, bares, lancherias e similares. Os self-services precisam ter um funcionário para a montagem dos pratos.
Enquanto isso, a prefeitura de Poá informa seu 15º caso de falecimento por coronavírus. Dos 519 casos suspeitos notificados, 75 são de cidades próxima, como Suzano, Mogi, Ferraz, Itaquaquecetuba e São José dos Campos. Dos 444 suspeitos de Poá 128 foram confirmados, 24 curados e foram descartados 128. Ainda informam que tem 2 óbitos suspeitos e 9 descartados.
Está bastante evidente que o estado não está nada preocupado com os habitantes, com a população. Não houve prevenção para enfrentar a pandemia como compra de respiradores, máscaras, álcool, leitos em número suficiente para atender os infectados. Nenhuma operação de combate ao vírus.
Agora em pleno crescimento do número de casos, antes mesmo de atingirmos o pico de infecção, começa a liberação do isolamento e colocando a vida dos trabalhadores e os mais pobres em risco ainda maior. E isso com a intenção de salvar as empresas, os lucros, o capital, que ocupa o lugar de destaque nesta sociedade, enquanto o trabalhador é considerado descartável, pode morrer aos montes que a burguesia não se importa.
Todos já perceberam que os números de casos de infecção pelo vírus estão subestimados, os números são bem maiores que os oficiais anunciados. E é curioso que a esquerda e os sindicatos, não se posicionam a favor da maior proteção dos trabalhadores. Preferem ficar em casa enquanto a massa de operários enfrenta ônibus e trens lotados todos os dias. E além de estarem perdendo salário, benefícios, e o próprio emprego não contam com suas lideranças, para lutar por melhores condições de trabalho e de vida.
Lembrando que algum tempo atrás a cidade de Curitiba, como no caso de Porto Alegre agora, liberou o funcionamento de shoppings e rapidamente se repercutiu na elevação geométrica dos números de infectados. Não serve a lição? Ou não se importam?
Ao que parece é intenção mesmo da burguesia, que morram o maior número de trabalhadores, pois assim a quantidade de pessoas nas ruas reivindicando melhores condições de vida, ou mesmo um simples trabalho, seria menor e mais fácil de controlar.
E para isso desmantelam o isolamento, jogam os trabalhadores contra o vírus, sem máscaras, álcool, hospitais, jogados à própria sorte. Aliás, não é de hoje que o descaso com a população acontece, desde sempre foi assim, o que agora se torna claro e cristalino qual a verdadeira política que a burguesia, os empresários, têm para com a classe trabalhadora, e com o aval dos sindicatos e partidos políticos que nada fizeram para melhorar as condições de vida de seus afiliados.
Então nessas condições, essa população só tem como meio de sobreviver, organizar-se em conselhos populares nos bairros, nas empresas, etc. e assim discutir as políticas que irão fazer para se cuidarem e lutarem pelos seu direito à vida. Ocupando e controlando as fábricas, ocupando terrenos para moradia e horta comunitária. E cobrando ferozmente o estado burguês, contra a política de genocídio colocada por ele, que só atende aos interesses da elite empresarial.