A crise do governo golpista de Jair Bolsonaro (ex-PSL, agora sem partido) só aumenta com os preços dos combustíveis subindo praticamente toda semana desde o fim de maio. Os reajustes afetam todos os motoristas, atacam com maior intensidade os caminhoneiros, que hoje pagam pelo diesel quase os mesmos valores que estimularam a categoria a deflagrar a greve de maio de 2018.
Aumento do preço dos combustíveis
Planilhas publicadas pela Petrobras em seu site mostram que o preço médio do diesel convencional (S 500) nas refinarias, sem impostos, está em aproximadamente R$ 1,94 por litro, cerca de 17% abaixo do cobrado um ano atrás.
O preço médio nos postos de todo o país, enquanto isso, diminuiu cerca de 4% em um ano, chegando a R$ 3,59 por litro na semana encerrada em 12 de dezembro, conforme a última pesquisa divulgada pela ANP, agência reguladora do setor.
Às vésperas da greve dos caminhoneiros de 2018, que começou em 21 de maio e durou dez dias, o preço médio do diesel convencional nos postos brasileiros era de R$ 3,60 por litro, segundo a ANP.
Trabalhadores se dizem ”traídos” por Bolsonaro
Esta categoria que apoiou o Bozo nas eleições fraudulentas de 2018 já se diz ”traída” pelo governo de extrema-direita por conta das tarifas que os caminhoneiros tem que pagar, uma série de acordo feitos, incentivos tributários, etc.
E pra piorar, recentemente os trabalhadores do setor demonstraram insatisfação com um projeto do governo apelidado “BR do Mar”, que incentiva a navegação de cabotagem, o que como consequência pode tirar trabalho de muitos caminhoneiros.
O presidente golpista revelou ter questionado o comando da Petrobras, a figura do capacho Castello Branco, sobre os preços do diesel. O fascista negou a intenção de interferir na estatal, mas em seguida afirmou: “Nós fazemos o que é possível pelos caminhoneiros” fazendo demagogia, como é característico de seu governo.
Uma base social do bolsonarismo
É preciso explicar deixar claro obviamente que Bolsonaro nunca teve a intenção de cumprir nenhum acordo com a categoria, era tudo uma mera demagogia para frear a revolta destes trabalhadores. Uma parte dos caminhoneiros constitui uma base, uma pequena fatia da camada social que apoia o governo de Bolsonaro.
Apesar de serem um setor proletário, muitos dos caminhoneiros são ligados com setores de classe média, muitos são donos dos próprios veiculos, então eles tem essa ligação com a pequena-burguesia e com a classe operária, o que acaba por confundindo esse setor colocando eles muitas vezes cooptados como base da extrema-direita.
Durante o governo do golpista Michel Temer, os caminhoneiros acreditaram em uma série de promessas vazias de Bolsonaro, e hoje encaram a dura realidade de que na verdade o governo atual é um governo dos capitalistas, indisposto a dar qualquer beneficio a qualquer setor da classe trabalhadora.
É preciso unificar a luta com os petroleiros pela derrubada do regime golpista
Finalmente, a luta dos caminhoneiros está intimamente ligada a luta dos petroleiros pela questão dos preços dos combustíveis, que são parte do acordo que foi feito entre o governo e os caminhoneiros: a promessa era o não aumento, o que o governo golpista não cumpriu.
E na medida em que a Petrobras é devastada e entregue ao estrangeiro, deixando clara a intenção do governo de privatiza-la, os próprios trabalhadores dos transportes acabam por entender a relação direta entre esta política neoliberal e o aumento das tarifas.
Uma greve dos caminhoneiros neste momento colocaria o governo Bolsonaro numa situação bastante complicada, justamente pela questão do apoio de sua camada social estar em crise. Ainda que a categoria tenha suas particularidades, ainda formam um bloco único de parte de uma base mais popular dentro do governo golpista e quando entra em choque, ele imediatamente perde seu apoio, ainda que pouco, que o fez se sustentar no regime.