No início desta semana, militantes do Partido da Causa Operária (PCO) iniciaram a distribuição do novo boletim dos Comitês de Luta nas longas filas de trabalhadores na Caixa Econômica Federal (CEF) para sacar os benefícios sociais, como o auxílio “miséria” de R$600,00 para utilizarem durante a crise social e sanitária gerada pela pandemia de Covid-19 e agravada pela política da direita.
Vamos relatar aqui o que foi verificado em três agências da Caixa Econômica Federal que estão presentes nos municípios de Porto Seguro, Eunápolis e Santa Cruz de Cabrália, todas localizadas no Extremo Sul da Bahia.
Em primeiro lugar, o que chama a atenção são as longas filas de cruzar quarteirões em todas as agências e a total falta de informações mínimas para diminuir o sofrimento das pessoas que ficavam horas desde a madrugada ou até do dia anterior para serem atendidos. O descaso do governo é tão grande que acabava gerando aglomerações e expondo a população ao coronavírus.
Durante a distribuição e nas conversas com as pessoas nas filas descobrimos que as pessoas ficavam na fila esperando por atendimento por até 11 horas debaixo de sol e chuva.
Muitas pessoas que estão na fila, ficam durante horas e não sabem que não haverá atendimento para o saque do dinheiro e muito menos sobre a situação de seu auxilio ou porque seu auxílio foi negado.
O pessoal mais humilde, ou seja, as pessoas que deveriam ser o alvo deste recurso, não conseguem cumprir as burocracias para fazer seu cadastro, ser aprovado ou após ser aprovado e conseguir acessar o dinheiro.
Isso porque todo o processo é realizado através do celular e necessita de acesso a internet, sendo o primeiro fato de “seleção” ou impedimento do acesso ao programa. Após a pessoa ter que obter um numero de celular, o aparelho smartphone e internet é cobrado para pessoas que nunca tiveram nenhum ou pouco acesso a internet a instalação de aplicativos com inúmeras informações e a até a criação de um email, que está bloqueando o acesso ao dinheiro de pessoas já aprovadas.
Essas burocracias inúteis e colocadas de maneira intencional pelo governo para impedir o acesso, está levando a milhões de pessoas em formar grandes filas na Caixa Econômica Federal de pessoas desesperadas em busca de informações, expondo as pessoas e os trabalhadores do banco ao coronavírus.
Em alguns casos relatados, as pessoas não estão conseguindo acessar a primeira parcela de R$600,00 e já estava previsto pelo governo o pagamento da segunda parcela do auxílio miséria” no último dia 27 de abril, fato que causa muito desespero entre os trabalhadores.
Outro fato relatado é que o pagamento da segunda parcela, anunciada para o dia 27/04, não ocorreu, milhares de pessoas trabalhadores estão indo até a agência bancária para saber o que ocorreu e se encontram com essa situação. A única informação dada pelos funcionários é que o governo não pagou e não tem nova data para o pagamento da segunda parcela.
Ficou evidente o caos gerado pelo governo Bolsonaro e a direita que está no comando na Caixa Econômica Federal. As filas é uma enorme confusão, pois misturam pessoas que estão indo sacar o Bolsa Família, sacar o auxílio emergencial e outras questões, como por exemplo o FGTS ou auxílio desemprego. Mas o que mais nos chamou a atenção dos relatos é que a grande maioria das pessoas da fila não precisariam estar no local porque buscavam informações extremamente simples, como por que não caiu a segunda parcelar do auxílio emergencial ou marcar para sacar o recurso.
A falta de planejamento para atender a população, falta de funcionários e estrutura nos bancos devidos aos cortes no orçamento e de trabalhadores está gerando o caos e colocando a vida das pessoas em risco, incluindo os bancários. Os excessos de obstáculos criados pelo governo Bolsonaro para a esmagadora maioria da população pobre, como celular, internet, email, senhas e mais senhas para pessoas que não tem o que comer e nem uma simples conta bancária é a política genocida de Bolsonaro e da direita no Congresso Nacional para os trabalhadores.
Se não bastasse somente a humilhação do desemprego, da falta de recursos e de ir atrás de um recurso miserável dado pelo governo, a direita e o governo Bolsonaro causa mais sacrifício para a população pobre e trabalhadora.