Nesse sábado, 31 de agosto, milhares de britânicos saíram às ruas para protestar contra a decisão do Primeiro Ministro Boris Johnson de fechar o parlamento britânico por 5 semanas, faltando 2 meses para o Brexit. Aqueles que defendem a permanência do país na União Europeia consideram a ação do primeiro ministro um golpe e um ato antidemocrático. Os atos aconteceram em Edimburgo, Glasgow, Manchester, Cardiff e dezenas de outras cidades do país e demonstram a revolta da população com a intenção de Johnson de realizar o Brexit à força. Os opositores gritavam “Johnson mentiroso, que vergonha!” e em faixas e cartazes lia-se “vamos defender a nossa democracia”, “#parem o golpe”, “outra Europa é possível”, entre outras. Muitas placas criticavam a relação entre Johnson e o presidente estadunidense Donald Trump e o fato da rainha Elizabeth II ser envolvida na questão do fechamento do parlamento.
A suspensão determinada pelo Primeiro Ministro vai de 10 de setembro a 14 de outubro, o que deixa poucos dias para deputados votarem leis para atenuar os efeitos do Brexit, ou adiar o Brexit. Muitos consideram o ato de Johnson um ataque à democracia e abuso do poder. Nessa terça-feira, dia 3, os parlamentares da oposição tentarão impedir essa imposição de Johnson, através de um instrumento legislativo visando evitar a saída do país da União Europeia sem acordo.
Trata-se de mais uma tentativa da extrema-direita impor as suas vontades sobre a população, se utilizando de mecanismos que passam por cima até mesmo do pouco verniz democrático que existe. O ato de envolver a rainha Elizabeth II na política mostra o quanto a extrema-direita está disposta a atropelar a democracia. A reação de grande parte da população contra o Brexit e a denúncia da aproximação entre Johnson e Trump, demonstra a crise do imperialismo.
O parlamento inglês já havia rejeitado diversas vezes, anteriormente, a proposta de saída da União Europeia de Theresa May, o que a colocou em situação complicada. Com a possibilidade de Jeremy Corbyn assumir como Primeiro Ministro, à época, a direita precisou se radicalizar para defender o Brexit.