Da redação – Desde o mês passado, uma revolta popular tomou conta de São Tomé e Príncipe, país insular africano de 200 mil habitantes e de língua portuguesa.
A revolta já levou à depredação de diversos templos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e também à morte de um adolescente pela polícia.
O motivo principal é a apropriação dos dízimos dos fiéis entregues à igreja por parte de bispos e pastores brasileiros, segundo denúncias atribuídas a um pastor são-tomense da IURD, Iudumilo da Costa Veloso, feitas nas redes sociais.
Ele foi preso pelas autoridades, após 14 anos de serviço na Costa do Marfim. Apenas nove dias depois da detenção, foi condenado a um ano de prisão, ou seja, uma completa parcialidade da justiça marfinense a favor da Universal, julgando e condenando tão rapidamente um cidadão por denunciar os crimes da igreja – que está presente em 23 países africanos.
Sua mulher, Ana Paula Veloso, denunciou que foi obrigada a deixar a Costa do Marfim dias depois da prisão do marido, às pressas e mesmo estando grávida.
Isso foi o estopim para a indignação. No dia 16 de outubro, seis dos 20 templos da IURD no país foram atacados pela população, exigindo a liberdade de Veloso e sua volta para São Tomé.
A revolta popular obrigou o parlamento do país a discutir a expulsão da IURD de São Tomé e Príncipe, enquanto que o governo bolsonarista do Brasil – que tem a IURD e a alta cúpula evangélica como aliados – está fazendo de tudo para proteger os criminosos da IURD, mobilizando deputados e o Itamaraty.