Os protestos em Porto Rico, ilha caribenha que é uma espécie de colônia sob administração direta dos Estados Unidos estão evoluindo em uma velocidade impressionante. Após quase duas semanas de protestos, que desde o começo exigiam a derrubada do governador, Ricardo Rosselló, finalmente fizeram com que este anunciasse a sua renúncia.
Quem assume após a renúncia de Rosselló é a secretária de Justiça, Wanda Vázquez, que supostamente assumirá o governo em meio a uma grande crise. A onda de protestos, que levou dezenas de milhares de pessoas para as ruas de San Juan, capital de Porto Rico rapidamente se radicalizou e se confrontou violentamente com a polícia. Num primeiro momento, “Ricky”, apelido do governador, afirmou que não seria candidato à reeleição.
A declaração não acabou com os ânimos dos manifestantes, que seguiam ocupando as ruas exigindo a saída de Rosselló. Mesmo após anunciar a sua renúncia e ser divulgada a sucessão de Wanda Vázquez, nada indica que as manifestações de rua entrarão em refluxo.
A grande imprensa internacional tem apresentado a versão de que os protestos seriam relacionados à mensagens homofóbicas, machistas e que faziam piada com vítimas do furacão Maria de Rosselló, enviadas em um grupo de conversa virtual. No entanto, conforme já discutido neste Diário, trata-se na realidade do levantamento de um povo que é esmagado diretamente pelas botas imundas do imperialismo norte-americano. Tanto é assim que a manobra de substituir Rosselló por Vásquez, a mulher que é secretária de Justiça, não aparenta estar tendo muito sucesso em conter os ânimos populares.
A conjuntura em Porto Rico deve ser acompanhada de perto, e, além de uma demonstração de fraqueza do imperialismo, sobretudo o norte-americano, pode ser início de uma virada popular contra o domínio imperialista em todo o continente latino-americano. Afinal, é uma população que já vive sob o controle direto dos EUA há muitos anos.